Acreditar!


Só tenho pena que não tenha sido uma empresa portuguesa a lançar o anúncio.
Vamos continuar a não acreditar em nós?
Eu acredito que é possível um Portugal e um Mundo melhor.

Não te vou desejar um Feliz Ano Novo

"NÃO TE VOU DESEJAR UM FELIZ ANO NOVO.
Não te vou desejar que no próximo ano encontres paz e felicidade permanentes.
Não te vou desejar que superes todas as tuas metas e venças todos os desafios, encontres alegria no amor, fiques rico e sejas sempre a pessoa mais linda e simpática do planeta, mas vou-te desejar saúde.
Não te vou desejar que 2012 seja o melhor ano de todos os anos da tua vida.
365 dias é muito pouco para todas as conquistas, todos os desafios e tudo o mais que desejas fazer, ser e ter.
Este ano, quero-te desejar outra coisa.
Desejo que te lembres de todas as conquistas que tiveste. Que olhes para trás e vejas tudo o que aprendeste, te lembres de todas as pessoas que te apoiaram e quem foste em todas essas situações.
Que determines a vida que queres levar. De repente não é a que tens agora, a que os teus pais querem que tenhas, ou o teu amor, ou os teus amigos, ou toda a gente que te rodeia. Pára e pensa na vida que queres ter. Escolhe as pessoas que te acompanharão; aquelas que abraçam, que te dão apoio em todos os momentos. Escolhe as que queres ao teu lado e querem estar ao teu lado.
Descobre o que te dá prazer e trabalha para que seja constante no teu dia-a-dia.
Faz o que amas e ama o que fazes.
Reconhece as características tuas de que não gostas e aprenda a mudá-las (ou aceitá-las). Podes ser uma pessoa melhor todos os dias. Porque quem queres ser já está dentro de ti. Então, procura. Insiste. E não desistas.
Sim, um ano inteiro é muito pouco para tantos desejos.
Então, vamos lá.
Procura dentro de ti a força de que precisas.
Respira fundo.
Começa.
Agora.
A tua vida está à espera.
Uma vida feliz!!"


Um Natal Feliz junto da Família, o bem mais precioso!

(Uma mensagem muito bonita, partilhada no facebook.)

De volta à bike

Ontem voltei às voltinhas de BTT, após um mês e meio parado. 30km para começar novamente não é mau! Que bom a sensação de cansado!

Momento perfeito...

Há um momento, em que as estrelas se alinham e os destinos se interligam criando uma união perfeita...

Carteira perdida

Não poderia deixar de registar no meu blog o que se passou na minha vida ontem e mais surpreendentemente hoje.
Ontem, depois de ter dado um passeio de mota para espairecer do trabalho e de todo o stress da vida, apercebi-me que tinha perdido a minha carteira com todos os documentos pessoais, cartões multibanco, cheques, documentos do carro e da mota... O o passeio que era para relaxar passou a pesadelo...
Assim que me apercebi desta situação fiz novamente o trajeto de mota por três vezes na esperança de encontrar a carteira e os documentos caídos na estrada. De seguida, dirigi-me à Polícia de Portimão, que infelizmente não me deu os esclarecimentos e a ajuda que pretendia... "Despachou-me" para a GNR da mesma localidade, onde fui prontamente
atendido e muito bem esclarecido. O guarda, um excelente profissional, deu seguimento ao processo de desaparecimento de documentos. Tenho pena de não me lembrar do nome porque merece o meu reconhecimento.
Logo após este procedimento fui para casa e comecei a cancelar cartões de débito, de crédito e cheques, mas na esperança que me ligassem ainda da GNR a dizer que a carteira tinha sido encontrada.
Hoje fui para a Escola sem documentos porque achei que não deveria faltar pois tinha marcado um teste com os meus alunos e apenas da parte da tarde passaria pela GNR e continuaria todo o moroso processo de pedido de segundas vias de todos (mesmo todos) os meus documentos.
Qual não é o meu espanto quando uma das funcionárias da Escola bate à porta da sala de aula, quando estava a dar o t
este à turma do 6ºano e me informa que estava na Escola um Senhor que tinha vindo entregar a carteira. Se isso já é meritório e digno de uma pessoa integra, mais surpreendido fiquei quando o mesmo me disse que viu a carteira cair do meu bolso em movimento, tendo passado inadvertidamente com o carro por cima dela, e procurou seguir-me na direção em que eu ia para entregá-la, mas já não conseguiu alcançar a mota. Procurou ainda ver se eu tinha algum contacto ou se através das informações que estavam no documento conseguia chegar até mim. Não tendo conseguido desta forma empenhou-se claramente em entregar-me a carteira, pois encontrou o cartão de um restaurante onde eu costumo almoçar na cidade de Silves e ligou para o restaurante procurando encontrar-me. O mesmo cartão tinha a informação que era professor o que fez com que se tivesse deslocado de propósito de Portimão a à CMS para procurar saber onde eu poderia dar aulas. A funcionária da CMS identificou rapidamente a Escola devido a outro cartão para utilizar no bar da mesma. E assim, o Senhor entregou-me pessoalmente a minha carteira.
Aproveito para publicamente demonstrar o meu reconhecimento e agradecimento ao Senhor Rui Gomes, de Portimão, que se empenhou desta forma no sentido de entregar esta carteira perdida.
Para além do agradecimento público já tive hipótese de o convidar a almoçar um dia destes comigo.
Neste mundo nem tudo é mau.
Obrigado.

Nuno Garção

Elegância

"Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado subtil de se deixar distinguir."

Paul Valéry

Us Against The World

Oh morning come bursting the clouds they move
Lift off this blindfold let me see again
And bring back the water that your ships rode in
In my heart you left a hole

The tightrope that I'm walking just sways and ties
The devil as he's talking with those angel's eyes
And I just want to be there when the lightning strikes
And the saints go marching in

And sing slow-ow-ow-ow it down

Through chaos as it swirls
It's just us against the world

Like a river to a raindrop I lost a friend
My drunken as a Daniel in a lion's Den
And tonight I know it all has to begin again
So whatever you do don't let go

And if we could float away
Fly up to the surface and just start again
And lift off before trouble
Just see roses in the rain

Sing slow-ow-ow-ow it down
Oh Slow-ow-ow-ow it down

Through chaos as it swirls
It's just us against the world
Through chaos as it swirls
It's us against the world

Coldplay

O dinheiro e os recursos

O MUNDO, QUE ESTÁ EM CRISE, NÃO TEM FALTA DE DINHEIRO NEM DE RECURSOS.
O problema é que estão mal distribuídos.
A escassez e o acesso aos produtos (controlados por alguns) favorece a fome de muitos e o enriquecimento de poucos.

Nuno Garção

Investigar por prazer... (Nov de 2001)

Encontramos cada coisa na Internet... lol
Não sabia da existência deste artigo e o curioso é que faz agora 10 anos da data da sua publicação.

Investigar por prazer
Depois de uma experiência na Academia Militar, Nuno Garção, 25 anos, decidiu concorrer para a licenciatura de Matemática e Ciência da Escola Superior de Educação de Portalegre. Uma aposta que o levou a concluir que afinal a sua vocação era ser professor e investigador. Hoje, é docente na Escola EB 2/3 nº 2 de Elvas e está a frequentar o mestrado na área da Didáctica de Matemática, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. “O gosto de ser professor e os conhecimentos adquiridos na ESE contribuíram muito para a minha opção de continuar a estudar e a investigar”, explica.

Natural de Portalegre, Nuno Garção recorda que à medida que a licenciatura ia avançando “mais motivado me sentia em concluir o curso”. A média com que terminou a licenciatura, 17 valores, permitiu-lhe colocação no mercado de trabalho. Mas a primeira experiência foi uma prova de fogo, no Colégio de Vila Fernando, uma instituição ligada à reinsersão social. “Foi uma experiência muito gratificante, pois aprendi imenso na relação que se pode ter com os alunos”.

A sua aposta do momento, além de ensinar matemática e ciências, e as novas «disciplinas» estudo acompanhado e área de projecto, passa por concluir o mestrado. “Investigar sobre educação é algo que me dá prazer. As alterações que estão a decorrer no mundo do ensino e a descoberta dos caminhos a percorrer, são aspectos que me estão a motivar imenso, para que eu também possa dar o meu contributo ao desenvolvimento do ensino no País”.

(Revista Ensino Magazine, Novembro de 2001)
http://historico.ensino.eu/2001/nov2001/dossier2.html


Mais notícias:
http://www.min-edu.pt/data/Boletim/boletim17.pdf
http://www.barlavento.pt/index.php/noticia?id=50146
http://www.educ.fc.ul.pt/investig/m_conc.htm

4 anos de blog

Hoje, 7 de novembro de 2011, faz 4 anos que publiquei o primeiro post no meu blog pessoal entreacanetaeopapel.blogspot.com
Este lugar de registo tem sido no fundo um eco do meu interior, de tudo o que se passa à minha volta e da forma como absorvo e reajo a isso... 
Obrigado àqueles que de alguma forma me incentivaram a partilhar aquilo que me ia surgindo entre a caneta e o papel... Hoje percebo que tem significado e principalmente muito valor para mim.
Obrigado a todos os que perderem um pouco do seu tempo para me conhecer ou me ler através destes escritos e imagens, uns pessoais e outros partilhados por achar que têm valor para ficarem registados neste pedaço de vida virtual... 
Espero que possam ter tido algum significado para quem os leu e tenham estimulado o pensamento, a dor, a alegria, a reflexão, o sonho,  todas as sensações que nos dizem que continuamos vivos... 

Como não poderia deixar de ser, reescrevo hoje o que escrevi há 4 anos anos atrás, pois continua atual, profundo e único.

“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a tornou tão importante".
"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
Saint Exupéry (Tinha que continuar com o Principezinho!)

Nuno Garção

...pão que sobra à riqueza...

“O pão que sobra à riqueza, distribuído pela razão, matava a fome à pobreza e ainda sobrava pão.”

António Aleixo

Acreditar


"Acreditar é fazer da menor oportunidade ponte para realização de um sonho..."

Elvis Kubo

Carta aberta ao primeiro-ministro e aos ministros da Economia e das Finanças

Carta Aberta ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, ao ministro da Economia Álvaro Pereira e ao ministro das Finanças Vítor Gaspar

"Srs. Governantes de Portugal,
Sou uma técnica administrativa, de uma empresa pública de transportes da área metropolitana de Lisboa (que está prestes a ser destruída), sou possivelmente uma candidata séria ao desemprego, pois aquilo que está previsto para esta área é bastante preocupante. Aufiro um vencimento que ronda os 1100€ (líquido), tenho 36 anos e “visto a camisola” da minha empresa desde os 19 anos.
Tenho o 12º ano de escolaridade, porque na época em que estudava os meus pais, que queriam o melhor para mim, não tinham possibilidade de me pagar uma universidade, por isso tive de ingressar cedo no mercado de trabalho, investi na minha formação e tirei alguns cursos para evoluir, continuo a ambicionar tirar um curso superior. Pensava efectuar provas no próximo ano, para tentar ingressar numa universidade pública, faria um sacrifício para pagar as propinas (talvez com o dinheiro que recebesse do IRS, conseguisse pagá-las), mas realizaria um sonho antigo.
Comprei casa há uns anos (cerca de 7 anos), consciente de que conseguia pagar a dívida que estava a contrair, nessa altura era possível e de acordo com a lógica de evolução das coisas, a minha vida melhoraria gradualmente, este era o meu pensamento e julgo que partilhado pela maioria dos portugueses. Não vivo, nem nunca vivi acima das minhas possibilidades. Tenho um carro de 1996, porque sou contra o endividamento e achei sempre que não podia dar-me ao luxo de ter um carro melhor, confesso que já me custa conduzir aquela lata velha, mas peço todos os dias para que não me deixe ficar mal, esse carro foi comprado a pronto, custou-me cerca de 1.000€, que paguei com um subsídio de férias ou de natal, direito alienável de qualquer trabalhador. Esses subsídios permitem-me pagar o condomínio, os seguros de carro e casa, o IMI ou outras despesas extra com as quais não estou a contar (como por exemplo a oficina, quando a lata velha resolve avariar).
Até hoje paguei sempre as minhas contas a tempo e horas. Tenho um cartão de crédito que a banca me ofereceu, mas que nunca utilizo, porque sou consciente dos juros exorbitantes que são cobrados e tenho exemplos de que não se deve gastar o que não se tem. Não pago qualquer prestação para além da casa, se não tiver dinheiro, não efectuo a compra. Isto tudo para dizer, que não devo, nem nunca devi nada a ninguém. Pago todos os meus impostos, portagens, saúde, alimentação, água, luz, gás, gasolina, etc. Não tenho filhos, e hoje dou graças a deus, porque não sei em que condições viveriam se os tivesse.

Esta pequena introdução sobre a história da minha vida, que acho que não interessa a ninguém, mas apenas a mim, serve para que percebam a minha realidade, que certamente é a realidade de milhares de portugueses, haverá uns em situação muito pior e alguns em situação bem melhor. Mas posso servir bem, como um pequeno exemplo ilustrativo, para aqueles que governam um país, que por acaso tem pessoas, algo que me parece muitas vezes ser esquecido.
É esta a minha forma de demonstrar a minha indignação perante alguns comentários efectuados por alguns de vós e tendo em conta a actual situação do nosso país. Aproveitando também para lhes pedir alguns esclarecimentos.

Eu já ouvi o primeiro-ministro português, dizer que não sente que tem de pedir desculpas aos portugueses, pelo défice e pela dívida, mas pergunto Sr. Primeiro-ministro, sou eu que tenho de pedir desculpas, por um orçamento de estado herdado do governo anterior, que sem a sua ajuda não teria sido aprovado, ou já se esqueceu desse pormenor? Desde essa altura, portanto, desde o início deste ano, que vejo o meu vencimento reduzido em 5% e que contribuo mais que os outros portugueses, para o equilíbrio das contas públicas e para o défice. Sim, porque ao que me parece, eu e todos os funcionários públicos, que têm o azar de trabalhar para o estado, ou na máquina do mesmo, são mais portugueses do que os outros. Não sei se eles se contentariam em receber uma medalha, pela parte que me toca, dispenso essa honra, pois isso contribuiria para o agravamento da despesa, por isso não se incomodem, prefiro que poupem esse dinheiro e me continuem a pagar os subsídios a que tenho direito.
Direito, Estado de Direito… Neste momento e em Portugal, não consigo descortinar o que isso é, até porque a legislação e constituição têm sido ajustadas à medida, de acordo com os interesses em vigor, pois se assim não fosse, teria sido inconstitucional a redução do meu salário, bem como seria impossível, cortarem-me o subsídio de natal e de férias nos próximos dois anos, peço que me esclareçam também nestes pontos, pois existem muitas coisas que não estou a perceber, acredite, que não sou assim tão ignorante.

Outra coisa que me faz alguma confusão, é ouvi-lo dizer que o orçamento é seu, mas o défice não… Pergunto Sr. Primeiro-ministro, o défice é meu? O défice é dos trabalhadores portugueses, mas não é seu? O Sr. porventura não é português? Não contribuiu em nada para a situação em que nos encontramos? Há qualquer coisa aqui que não bate certo.
Agora aquilo que mais me transtorna é pedirem ainda mais sacrifícios ao povo português e terem a ousadia de dizer que o povo vive acima das suas possibilidades. Como já tive oportunidade de demonstrar a minha realidade, acho que não preciso voltar a explicar a minha forma de viver e a “ginástica” que tenho de fazer com meu vencimento para conseguir pagar as minhas contas e ainda assim sobreviver. Nem consigo imaginar, como farão famílias inteiras, que apenas recebem o ordenado mínimo nacional, é para mim um exercício difícil, apenas me posso compadecer, pela situação miserável em que devem estar a viver e dar-lhes também voz, nesta minha missiva.
Por isso, posso garantir que pela parte que me toca, não vivo acima das minhas possibilidades, mas certamente, que o Estado português e as empresas públicas, estão a viver acima das possibilidades de todos os trabalhadores portugueses. Apesar de relativamente a este assunto ainda não o ter ouvido dizer que iam haver cortes, ou os poucos que referiu, ainda não me conseguiram convencer… Dou-lhe alguns exemplos práticos, para que perceba e qualquer leigo no assunto também…
Vou referir-me a todos os que ocupam cargos relevantes na nossa sociedade, são eles os administradores de empresas, os directores, os autarcas, os deputados, ministros, assessores, vogais, etc. Todos eles e vocês auferem vencimentos superiores ao meu e da maioria dos trabalhadores, vamos supor que ganham entre os 2.000€ e os 10.000€ mensais, sabemos bem que estas contas não são as reais e que os valores são bem superiores, nalguns casos, mas para demonstrar o que pretendo, podemos usar estes valores como base.

Tudo o que vou descrever abaixo, é a realidade do meu país e da vossa má gestão enquanto governo. Não vos dei o meu voto, nem a todos os que passaram por aí desde o 25 de Abril de 1975. Apesar de concordar com os princípios básicos da democracia, há muito que deixei de acreditar que vivia numa. Isto não é democracia, em democracia, também se ouve o povo, em democracia os órgãos de comunicação social não manipulam a opinião pública, nem são marionetas do Governo. Acredito mesmo assim, que a maioria daqueles que votaram e vos deram a vitória nestas eleições, acreditavam de facto numa mudança, mas mais uma vez, mudaram apenas as moscas e rodaram as cadeiras.
Por tudo isto, agradeço que descontem tudo o que descrevo em baixo dos meus impostos, porque isto, meus senhores, nem eu, nem os trabalhadores portugueses, temos possibilidades de pagar!
Esclareçam-me quanto aos seguintes pontos e quanto tudo isto me custa (a mim e a todos os contribuintes portugueses):
- Se me desloco em viatura própria para o meu trabalho e a maioria das pessoas usam o transporte público, digam-me porque é que tenho de comprar carros topo de gama para toda esta gente, que ganha no mínimo o dobro que eu e que ainda tem viatura própria superior à minha? Porque tenho de lhes comprar os BMW’s e os Audis, pagar-lhes a gasolina, as portagens, as inspecções, as revisões, os seguros, os motoristas e quanto isso me custa? Acham que o povo português pode e quer, continuar a pagar isto?
- Se tenho um cartão de crédito que não utilizo, porque tenho de vos pagar os cartões de crédito com “plafond” mensal para despesas diversas? Quem vos disse que queríamos que gastassem assim o nosso dinheiro? Quem vos autorizou?
- Se almoço no refeitório da Empresa e suporto com o meu vencimento, todas as minhas refeições, porque tenho de pagar as vossas em restaurantes de luxo? - Acham que temos possibilidade de continuar a viver assim? Como têm o descaramento de nos continuar a pedir sacrifícios?
- Se não saio do país, porque não tenho hipótese (como adorava poder efectuar uma viagem por ano), porque tenho de vos pagar, as viagens, as despesas de alojamento e as ajudas de custo? Porque viajam em classe executiva, porque ficam alojados em hotéis de 5 estrelas, se estamos a viver num país falido e endividado?
- Porque tenho de pagar os vossos telemóveis e as vossas contas?
- Porque tenho de vos pagar computadores portáteis, se para pagar o meu tive de fazer sacrifícios e ainda o utilizo ao serviço da empresa, quando necessário.
- Porque tenho de pagar 1.700€ de subsídio de alojamento, aos membros do governo que não residem em Lisboa? Se só posso pagar de renda um máximo de 500€, isto, enquanto não ficar desempregada, porque nessa altura, terei provavelmente de vender a casa ou entregá-la ao banco e procurar emprego noutro sítio qualquer e quero ver quem me vai pagar o subsídio de alojamento ou de arrendamento. Aliás onde estão esses subsídios para os milhares de desempregados deste país?
- Não quero pagar pensões vitalícias a ex-membros do governo que continuam no activo e a acumular cargos e pensões.
- Não quero pagar ajudas de custo, ninguém me paga ajudas de custo para coisa nenhuma, não tenho de o fazer a quem aufere o triplo e o quádruplo do meu vencimento.
- Não quero pagar estudos, nem pareceres, nem quero, que estejam contemplados no Orçamento de Estado, se não têm capacidade para governar, não se candidatem aos cargos, um governo ao ser constituído, escolhe as pessoas de acordo com a sua experiência e competência nas diversas áreas (ou assim deveria ser).
- Não quero pagar mais BPN’s, nem recapitalizações da banca, nem TGV’s, nem PPP’s que penalizam sempre o estado e beneficiam o privado.
- Não quero mais privatizações em áreas essenciais, como a dos transportes, dos correios, das águas de Portugal, etc. Se são necessárias reformas, façam-nas, sentando-se à mesa com os trabalhadores e negociando, não aniquilando as Empresas.
- Quero uma verdadeira política de regulação e supervisão do direito à concorrência, coisa que não existe neste país.
- Quero ver nas barras dos tribunais e a indeminizarem o estado e o povo português, todos os que efectuaram crimes de colarinho branco, de corrupção, de má gestão, que defraudaram o estado em milhões de euros. Se eu cometer um crime sou responsabilizada por ele. Esles também têm de ser.
Estes são apenas alguns exemplos das despesas, que nem eu, nem a maioria dos trabalhadores portugueses, querem pagar. Por isso meus senhores, façam as contas, digam-nos quanto poupam com todas estas coisas e depois sim, podem pedir sacrifícios aos portugueses, mas a todos, não só a alguns, nem sempre aos mesmos.
Até lá, restituam-me o que me estão a roubar no vencimento desde o inicio deste ano. Peço que tirem de uma vez por todas essa ideia da cabeça, de me tirarem os subsídios de natal e de férias dos próximos anos, aliás, isso é inconstitucional e ilegal ("Os subsídios de Natal e de férias são inalienáveis e impenhoráveis". - F. Sá Carneiro, Decreto-Lei n.º 496/80 de 20 de Outubro, promulgado em 10.10.1980, pelo Presidente da República A. Ramalho Eanes), acho que estão a ter algum problema com os vossos responsáveis da área jurídica e não vos estão a prestar os devidos esclarecimentos, por isso, deixo aqui o meu pequeno contributo.

E para não dizerem que nós não queremos fazer sacrifícios, deixo também uma pequena lista das áreas para onde quero contribuir, com os meus impostos e onde quero ver o meu dinheiro aplicado:
- Posso continuar a descontar para a Segurança Social e a mantê-la sustentável, para pagamento de:
- Reformas daqueles que trabalharam e descontaram uma vida inteira, daqueles que lutaram pelo nosso país e foram obrigados a ir para uma guerra, que não era deles e onde ainda hoje impera a vergonha nacional, na forma como são tratados os ex-combatentes. Não me importo e concordo, que a reforma mínima, seja aumentada para um valor que garanta dignidade aos nossos idosos, o que está longe de acontecer nos dias de hoje;
- Abono de Família, com aumento para as famílias mais desfavorecidas ou com rendimentos inferiores a 1.000€ (aumentando de acordo com o número de filhos).
- Pagamento de subsídio de apoio social, desde que verificada a real necessidade da família ou indivíduo. Bem como, de todos os subsídios (de doença, desemprego, assistência à família, maternidade, etc.), desde que verificadas as situações, o que me parece já ser uma prática comum.
- Aumento do ordenado mínimo nacional para 500€ (o que continua a ser uma vergonha).
Continuo a pagar impostos para garantir uma boa Educação, Saúde, Justiça (neste caso para todos e não só para alguns), Segurança, Cultura, ou seja, para todas as áreas onde o governo tem reduzido e quer reduzir ainda mais, ao abrigo da austeridade.

Agora peço-vos que não insultem mais a inteligência dos portugueses, a única coisa estúpida que fazem, é continuar a dar poder a pessoas pequeninas como os senhores, que pouco ou nada contribuem para lhes melhorar a vida.
Não nos voltem a dizer, que estas medidas são necessárias e suficientes, porque sabemos que é mentira e enquanto não apostarem no crescimento real da economia, na produção de recursos e na criação de emprego, todas as medidas que tomarem, terão um efeito nulo e só agravarão a situação do país e das famílias. Não é necessário ser um grande génio financeiro, pois até o Sr. Zé da mercearia (com todo o respeito que tenho pelo sr., e que apenas estudou até à 4ª classe), percebe isto.
Não nos comparem nunca mais, com outros países mais desenvolvidos, ou quando o fizerem, esclareçam também, quais os benefícios sociais que eles têm e os ordenados que eles recebem, digam também quanto pagam de impostos e por serviços e quanto pagamos nós. Somos dos mais pobres e dos que mais pagam por tudo. Por isso meus senhores não nos peçam mais nada, porque já passaram todos os limites.

Fico a aguardar uma resposta a todas estas minhas questões.
Não me despeço com consideração, porque infelizmente, ainda não a conseguiram ganhar."

Manuela Cortes

A música...

A música surpreende pelo facto de nos levar para o passado num instante, bastando para isso fechar os olhos.
Nuno Garção


(2000-2001)

As crianças são surpreendentes


A facilidade com que uma criança nos tira um sorriso ou nos comove é surpreendente. 
Elas representam a verdade, a continuidade, a esperança e o que existe de mais genuíno.

Para o Henrique do PiNuno (Padrinho)

Perpetuação de uma sociedade

Não pode ser possível nem desejável a perpetuação de uma sociedade onde a autoridade é a mentira e o dinheiro em vez da educação e da transparência.

Nuno Garção

Os professores


"Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança.

O mundo não nasceu connosco. Essa ligeira ilusão é mais um sinal da imperfeição que nos cobre os sentidos. Chegámos num dia que não recordamos, mas que celebramos anualmente; depois, pouco a pouco, a neblina foi-se desfazendo nos objectos até que, por fim, conseguimos reconhecer-nos ao espelho. Nessa idade, não sabíamos o suficiente para percebermos que não sabíamos nada. Foi então que chegaram os professores. Traziam todo o conhecimento do mundo que nos antecedeu. Lançaram-se na tarefa de nos actualizar com o presente da nossa espécie e da nossa civilização. Essa tarefa, sabemo-lo hoje, é infinita.

O material que é trabalhado pelos professores não pode ser quantificado. Não há números ou casas decimais com suficiente precisão para medi-lo. A falta de quantificação não é culpa dos assuntos inquantificáveis, é culpa do nosso desejo de quantificar tudo. Os professores não vendem o material que trabalham, oferecem-no. Nós, com o tempo, com os anos, com a distância entre nós e nós, somos levados a acreditar que aquilo que os professores nos deram nos pertenceu desde sempre. Mais do que acharmos que esse material é nosso, achamos que nós próprios somos esse material. Por ironia ou capricho, é nesse momento que o trabalho dos professores se efectiva. O trabalho dos professores é a generosidade.
Basta um esforço mínimo da memória, basta um plim pequenino de gratidão para nos apercebermos do quanto devemos aos professores. Devemos-lhes muito daquilo que somos, devemos-lhes muito de tudo. Há algo de definitivo e eterno nessa missão, nesse verbo que é transmitido de geração em geração, ensinado. Com as suas pastas de professores, os seus blazers, os seus Ford Fiesta com cadeirinha para os filhos no banco de trás, os professores de hoje são iguais de ontem. O acto que praticam é igual ao que foi exercido por outros professores, com outros penteados, que existiram há séculos ou há décadas. O conhecimento que enche as páginas dos manuais aumentou e mudou, mas a essência daquilo que os professores fazem mantém-se. Essência, essa palavra que os professores recordam ciclicamente, essa mesma palavra que tendemos a esquecer.
Um ataque contra os professores é sempre um ataque contra nós próprios, contra o nosso futuro. Resistindo, os professores, pela sua prática, são os guardiões da esperança. Vemo-los a dar forma e sentido à esperança de crianças e de jovens, aceitamos essa evidência, mas falhamos perceber que são também eles que mantêm viva a esperança de que todos necessitamos para existir, para respirar, para estarmos vivos. Ai da sociedade que perdeu a esperança. Quem não tem esperança não está vivo. Mesmo que ainda respire, já morreu.
Envergonhem-se aqueles que dizem ter perdido a esperança. Envergonhem-se aqueles que dizem que não vale a pena lutar. Quando as dificuldades são maiores é quando o esforço para ultrapassá-las deve ser mais intenso. Sabemos que estamos aqui, o sangue atravessa-nos o corpo. Nascemos num dia em que quase nos pareceu ter nascido o mundo inteiro. Temos a graça de uma voz, podemos usá-la para exprimir todo o entendimento do que significa estar aqui, nesta posição. Em anos de aulas teóricas, aulas práticas, no laboratório, no ginásio, em visitas de estudo, sumários escritos no quadro no início da aula, os professores ensinaram-nos que existe vida para lá das certezas rígidas, opacas, que nos queiram apresentar. Se desligarmos a televisão por um instante, chegaremos facilmente à conclusão que, como nas aulas de matemática ou de filosofia, não há problemas que disponham de uma única solução. Da mesma maneira, não há fatalidades que não possam ser questionadas. É ao fazê-lo que se pensa e se encontra soluções.
Recusar a educação é recusar o desenvolvimento.
Se nos conseguirem convencer a desistir de deixar um mundo melhor do que aquele que encontrámos, o erro não será tanto daqueles que forem capazes de nos roubar uma aspiração tão fundamental, o erro primeiro será nosso por termos deixado que nos roubem a capacidade de sonhar, a ambição, metade da humanidade que recebemos dos nossos pais e dos nossos avós. Mas espero que não, acredito que não, não esquecemos a lição que aprendemos e que continuamos a aprender todos os dias com os professores. Tenho esperança."


Artigo de José Luís Peixoto, publicado na revista Visão de 13 de Outubro de 2011 (aqui)

Nós temos as florestas

"Nunca fui dono de uma árvore.
Nenhum dos meus
alguma vez teve uma árvore –
embora o percurso da minha familia sopre
desde há séculos sob o cume
da floresta.

Floresta na tempestade,
floresta na acalmia –
floresta, floresta, floresta,
através dos anos.

Os meus
foram sempre uma gente pobre.
Sempre.
Filhos de vidas
e noites duras e geladas.

Os estranhos possuem as árvores,
e a terra,
a terra de pedras amontoadas
que meus pais removeram
à luz do luar.

Estranhos
com faces lisas
e mãos bonitas
e carro sempre aguardando
ao portão.

Nenhum dos meus
alguma vez teve uma árvore.
E ainda assim possuímos as florestas
pelo direito hereditário do nosso sangue.

Homem rico,
com teu carro e livro de cheques
e ações na companhia de madeiras de Borregaard:
podes comprar mil acres de floresta,
e mil acres mais,
mas não podes comprar o pôr-do-sol
ou o sussurro do vento
ou a alegria de regressar a casa
quando a urze floresce ao longo do caminho –

Não, nós temos as florestas,
do modo que uma criança tem sua mãe."

HANS BØRLI

Precisamos amar o próximo

"Certo dia, o cachorro da familia morreu de velhinho. Daí os adultos todos se terem perguntando por que os cachorros viviam tão pouco, sem saber como explicar para a criança por que o cachorro havia morrido. 
Depois de uns minutos a criança responde: Nós humanos, antes de morrer, precisamos aprender a amar o próximo, perdoar e ser fiel, os cachorros ja nascem sabendo, por isso eles não precisam viver tanto."

As palavras magoam

Aprendi que certas palavras magoam.
Mas se essas palavras não forem ditas, podem acabar nos sufocando!

Nuno Garção

Estou além...

"Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou."

António Variações

Ousadia, criatividade e optmismo

"Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorros-quentes.
Não tinha rádio, não tinha televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia os melhores cachorros-quentes da região.
Preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava e gostava.
As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e as melhores salsichas.
Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses.
O negócio prosperava...
Os seus cachorros-quentes eram os melhores!
Com o dinheiro que ganhou conseguiu pagar uma boa escola ao filho.
O miúdo cresceu e foi estudar Economia numa das melhores Faculdades do país.
Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vida de sempre, vendendo cachorros-quentes feitos com os melhores ingredientes e gastando dinheiro em cartazes, e teve uma séria conversa com o pai:
- Pai, não ouve rádio? Não vê televisão? Não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso País é crítica. Há que economizar!
Depois de ouvir as considerações do filho Doutor, o pai pensou: Bem, se o meu filho que estudou Economia na melhor Faculdade, lê jornais, vê televisão e Internet, e acha isto, então só pode ter razão!
Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior).
Começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, piores).
Para economizar, deixou de mandar fazer cartazes para colocar na estrada.
Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.
Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo até chegarem a níveis insuportáveis..
O negócio de cachorros-quentes do homem, que antes gerava recursos... faliu.
O pai, triste, disse ao filho: - Estavas certo filho, nós estamos no meio de uma grande crise.
E comentou com os amigos, orgulhoso: - 'Bendita a hora em que pus o meu filho a estudar economia, ele é que me avisou da crise...' "

Anúncio da Quaker State Metals Co (24 de Fevereiro de 1958)

A inovação e o desenvolvimento consegue-se com ousadia, criatividade e com algum optimismo. É importante acreditarmos naquilo em que somos bons ou em que podemos vir a ser.

Tem a coragem de seguir o teu coração

“O teu tempo é limitado, por isso não o gastes a viver a vida de outra pessoa. Não caias na armadilha do dogma, que é viver de acordo com os resultados do pensamento de outras pessoas. Não deixes que o barulho criado pela opinião dos outros silencie a tua voz interior. E, acima de tudo, tem a coragem de seguir o teu coração, a tua intuição. Por uma razão qualquer, eles já sabem o que tu queres ser. Tudo o resto é secundário.” 

Steve Jobs

1 ano em 40 segundos


Riqueza

"A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos."

Mia Couto

O professor como mestre

"Não me basta o professor honesto e cumpridor dos seus deveres; a sua norma é burocrática e vejo-o como pouco mais fazendo do que exercer a sua profissão; estou pronto a conceder-lhe todas as qualidades, uma relativa inteligência e aquele saber que lhe assegura superioridade ante a classe; acho-o digno dos louvores oficiais e das atenções das pessoas mais sérias; creio mesmo que tal distinção foi expressamente criada para ele e seus pares. De resto, é sempre possível a comparação com tipos inferiores de humanidade; e ante eles o professor exemplar aparece cheio de mérito. Simplesmente, notaremos que o ser mestre não é de modo algum um emprego e que a sua actividade se não pode aferir pelos métodos correntes; ganhar a vida é no professor um acréscimo e não o alvo; e o que importa, no seu juízo final, não é a ideia que fazem dele os homens do tempo; o que verdadeiramente há-de pesar na balança é a pedra que lançou para os alicerces do futuro.

A sua contribuição terá sido mínima se o não moveu a tomar o caminho de mestre um imenso amor da humanidade e a clara inteligência dos destinos a que o espírito o chama; errou o que se fez professor e desconfia dos homens, se defende deles, evita ir ao seu encontro de coração aberto, paga falta com falta e se mantém na moral da luta; esse jamais tornará melhores os seus alunos; poderão ser excelentes as palavras que profere; mas o moço que o escuta vai rindo por dentro porque só o exemplo o abala. Outros há que fazem da marcha do homem sobre a Terra uma estranha concepção; vêem-no girando perpetuamente nos batidos caminhos; e, julgando o mundo por si, não descobrem em volta mais que uma eterna condenação à maldade, à cegueira e à miséria; bem no fundo da alma nenhuma luz que os alumie e solicite; porque não acreditam em progresso nenhuma vontade de melhorar; são os que troçam daquilo a que chamam «a pedagogia moderna»; são os que se riem de certos loucos que pensam o contrário.
Ora o mestre não se fez para rir; é de facto um mestre aquele de que os outros se riem, aquele de que troçam todos os prudentes e todos os bem estabelecidos; pertence-lhe ser extravagante, defender os ideais absurdos, acreditar num futuro de generosidade e de justiça, despojar-se ele próprio de comodidades e de bens, viver incerta vida, ser junto dos irmãos homens e da irmã Natureza inteligência e piedade; a ninguém terá rancor, saberá compreender todas as cóleras e todos os desprezos, pagará o mal com o bem, num esforço obstinado para que o ódio desapareça do mundo; não verá no aluno um inimigo natural, mas o mais belo dom que lhe poderiam conceder; perante ele e os outros nenhum desejo de domínio; o mestre é o homem que não manda; aconselha e canaliza, apazigua e abranda; não é a palavra que incendeia, é a palavra que faz renascer o canto alegre do pastor depois da tempestade; não o interessa vencer, nem ficar em boa posição; tornar alguém melhor — eis todo o seu programa; para si mesmo, a dádiva contínua, a humildade e o amor do próximo."

Agostinho da Silva, in 'Considerações'

Reflexos


- 2.º lugar foto do dia no 1000imagens.com
http://www.1000imagens.com/foto.asp?id=00059403755402&g=&dt=0&ma=&p=1&o=0

- menção honrosa foto digital no 1.º concurso de fotografia Cidade de Olhão 2011

Nuno Garção

Agora nunca é tarde!

" Cada um de nós nasce com um artista lá dentro. Um poeta, um escultor, um aventureiro... um cientista, um pintor, um arqueólogo, um estilista, um astronauta, um cantor, um marinheiro. E o sonho e a distância, e o tempo e a saudade deram-nos vida, amor, problemas, mentiras e verdade; e damos por nós mesmos descobrindo que agora, se calhar, já é um pouco tarde. E nas memórias velhas e secretas da menina morou sempre aquele sonho de um dia ser... bailarina, actriz, modelo, princesa, muito rica; eu sei lá! Mas os anos correram num assombro, e a vida foi injusta em qualquer jeito para a chama indelével que ainda arde. E os filhos são bonitos no seu peito. Pois é... mas agora... agora já é tarde. E nos papéis antigos que rasgamos há sempre meia dúzia que guardamos. São os planos da conquista do Pólo Norte que fizemos aos sete anos, escondidos no sótão uma tarde, e estiveram perdidos trinta anos. E agora, se calhar, maldita sorte! Por desnorte, acaso ou esquecimento, alguém já descobriu o Pólo Norte e agora... agora pronto, agora já é tarde. Há sempre nas gavetas escritores secretos, cientistas e doutores, desenhos e projectos construtores feitos em meninos de tudo o que sonhámos fazer quando fosse a nossa vez! Cientistas em busca de Plutão, arqueólogos no Egipto, viajantes sempre sem destino, futebolistas de sucesso no Inter de Milão. E o curso da vida foi traidor, e o curso da vida foi cobarde, e o ciclo do tempo completou-se, e agora... e agora pronto, paciência, agora já é tarde... Agora é tarde. Emprego, casa, filhos muito queridos, algum sonhar ainda com amigos, às vezes sair, beber uns copos p’ra esquecer ou p’ra lembrar, e fazer ainda um certo alarde, talvez para esconder ou para abafar, como é já tão demasiado e tão impiedosamente tarde... Não... mas não, não; nunca é tarde para sonhar! Amanhã partimos todos para Istambul, Vladivostock, Alasca, Oslo, Dakar! Vamos à selva a Timor abraçar aquela gente e às montras de Amsterdam (que eu afinal também não sou diferente). Chegando a Tóquio são horas de jantar, depois temos de voltar a Bombaim, passando por Macau e Calcutá, que eu encontro Portugal em todo o lado e mesmo fugindo nunca saio de mim. E se esse marinheiro, galã, aventureiro, esse, que já não há, pois que me saiba cumprir com coerência, nos limites decentes da demência, nos limites dementes da decência; e cumpramo-nos todos, já agora, até ao fim, no que fazemos, na diferença do que formos e dissermos! E perguntando, criando rebeldias, conferindo aquilo que acreditamos e que ainda formos capazes de sonhar! E se aquilo, aquilo que nos dão todos os dias não for coisa que se cheire ou nos deslumbre, que pelo menos nunca abdiquemos de pensar com direito à ironia, ao sonho, ao ser diferente. E será talvez uma forma inteligente de, afinal, nunca... nunca, nunca ser tarde demais para viver, nunca ser tarde demais para perceber, nunca ser tarde demais para exigir, nunca ser tarde demais para ACORDAR. "

Pedro Barroso, "Navegador do Futuro"




Dedicado a nós!

O grande discurso...

Você deve falar. [...] É a nossa única esperança.


"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!"


Discurso de Charlie Chaplin em "O grande ditador" (1940)

Manipulação da sociedade

Todos nós estamos expostos à manipulação, da forma como pensamos e reagimos.
Se conhecermos as estratégias de manipulação teremos um sentido mais apurado e crítico para identificar os momentos em que estamos a ser alvos fáceis.

Certamente que ao ler estas palavras irá identificar um momento onde pode ter sido manipulado(a). Esteja atento(a)!

1. A estratégia da distração
Consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas.

2. Criar problemas e depois oferecer soluções
Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o suplicante das medidas que se deseja fazer aceitar.

3. A estratégia da gradualidadePara que uma medida inadmissível seja aceite basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, num prazo alargado.

4. A estratégia do adiarUma maneira de provocar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.

5. Dirigir-se ao público como a criaturas de pouca idade Dirigir-se a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, tenderá, por sugestão, a provocar respostas ou reações mais infantis e desprovidas de sentido crítico.

6. Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexãoFazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para eliminar a análise racional e neutralizar o sentido crítico dos indivíduos, ao mesmo tempo que se implanta desejos e medos e se induz determinados comportamentos.

7. Manter o povo na ignorância e na mediocridadeLimitar a educaçao e a cultura permite controlar o sentido crítico e a reação.


8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo pelo intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal.


9. Reforçar o sentimento de culpa pessoalFazer crer ao individuo que ele é o único culpado de sua própria desgraça, por falta de inteligência, de capacidade, de preparacão ou de esforço. Assim, em lugar de se revoltar contra o sistema económico e social, o indivíduo desvaloriza-se, culpa-se, gerando em si um estado depressivo, que inibe a sua capacidade de reagir

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecemO sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece.
Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um maior controlo e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que realmente tem

Ideias baseadas em Noam Chomsky

Madeira rodeada de água ou a meter água?

Penso que ninguém ficou incrédulo com as notícias sobre o burado financeiro da Madeira, uma vez que já se suspeitava.
Incrédulos ficamos todos nós como é que estes "buracos" passam tão despercebidos àqueles que têm a responsabilidade de olharem pelas contas públicas do nosso país. 

O BPN foi o que foi, agora a Madeira, o que virá depois?
Mas pior ainda é que estes escândalos continuam a aparecer sem haver nenhum responsável... Será possível? Será que afinal ninguém gere ou gere pessimamente mal... Ninguém regula este estado de coisas? E como é possível que um governante diga de boca bem aberta que omitiu informações e não cumpriu a lei? Estamos em que país?
No caso da Madeira penso que não é muito difícil encontrar um responsável, uma vez que o rei foi apenas um durante este tempo todo... Ou será que o rei por ser rei já não pode ser responsabilizado e ainda lhe entregam novamente o trono? Entregar-lhe a ilha seria o prémio dos prémios... Nomeadamente nas próximas eleições!


Nuno Garção

(foto: pluralmag.com) 

Faro e Silves e o Al-Gharb

«No seguimento da revolta contra Emir Muhammad I (Governador do Emirato de Córdoba) Yahia Ben Bakr fortifica a cidade de Faro (antiga Ukshunuba), construindo as actuais muralhas da Vila-a-Dentro, dotando-a de fortes portas, e muda o seu nome para Xantamarya Al-Gharb ou Santa Maria do Ocidente.

A Yahia Ben Bakr sucede o seu filho Bakr Ben Yahia, monarca que embora mantendo Xantamarya como capital política passa a maior parte do seu tempo em Silves que transforma na sua capital cultural.
Sucede-lhe por sua vez Calafe Ben Bakr, que apesar de garantir a sua independência em relação ao Emir de Córdoba, apoia-o e colabora com ele na guerra que travam contra os invasores Normandos, assegurando a vitória muçulmana na célebre batalha do Arade.
O governo dos Bakr no Al-Gharb duraria perto de 50 anos. 

Com a submissão dos restantes Muladis revoltosos a derrota do Al-Gharb é inevitável, mas o prestígio dos Bakr, o apoio que granjeiam na população e as próprias relações de cordialidade que mantêm com o Emirato ao longo do período da revolta, permitem que Calafe continue no poder submetendo-se à autoridade do agora proclamado Califa de Córdoba Abd Ar-Rahman III. 

Durante o governo dos Bakr o Al-Gharb torna-se num local de peregrinação para os Cristãos de toda a Hispânia Muçulmana, que afluem aos seus dois santuários - o de Santa Maria em Faro e o de S. Vicente no Promontório Sacro (Sagres). 
Sagres já era desde os finais do século IX um importante local de peregrinação cristã, altura em que são trazidos por mar, desde Valência, e aí depositados, os restos mortais do mártir S. Vicente. 
O culto cristão em Faro é celebrado numa Igreja e há notícia de que os seus bispos participam em concílios.  

O geógrafo Al-Idrisi descreve assim Faro no século XII: 
“Santa Maria do Ocidente está edificada à beira-mar e a maré vem bater-lhe nos muros. É de tamanho mediano e muito bonita; tem uma mesquita catedral, uma mesquita paroquial e uma capela; a ela vêm e dela partem navios. A região é muito rica em figos e uvas”. 
Ainda segundo um relato de um cronista que passa por Faro nesse mesmo século XII o nome da cidade deve-se a uma imagem de Santa Maria existente sobre as muralhas. 

Este facto é confirmado no milagre de Santa Maria incluído nas Cantigas de Afonso X, o Sábio. 
Segundo ele durante o reinado de Aben-Afan, último Rei Mouro do Algarve, a imagem foi atirada ao mar, após o que desapareceu o pescado das águas junto a Faro. 
Apressaram-se os moradores a voltar a colocá-la entre as ameias e o pescado regressou. [...] 

A revolta dos Bakr e a marca que deixa na história do Gharb Al-Andalus inicia indubitavelmente o processo de afirmação da identidade Luso-Arabe, estabelecida territorialmente no actual Algarve e centrada em Silves como sua capital, identidade essa marcada pela heterogeneidade da sua sociedade, pela riqueza da sua cultura, pensamento e espiritualidade 

Sobre Silves escreveu Alexandre Herculano: 
“Comparada com Lisboa, Silves era muito mais forte; e em opulência e sumptuosidade de edifícios, 10 vezes mais notável”. 
O estabelecimento inicial de uma forte comunidade de Árabes do Yémen, que aportariam à região uma pureza linguística e capacidade de expressão poética, contribuiu também para a singularidade cultural do Luso-Arabismo. 

Eis um excerto da descrição de Silves por Al-Idrisi:
“A cidade tem um lindo aspecto, belos monumentos e mercados muito abundantes.
Os seus moradores, assim como os habitantes das aldeias em volta são Árabes do Yémen e de outras partes. Falam uma língua Árabe pura. E são versificadores. E são eloquentes e bem falantes, tanto a boa gente como a gente do povo. Os moradores do campo são em extremo generosos como nenhum outro povo”.

O período das taifas que se seguiria ao governo dos Bakr afirmaria os Banu Muzayne de Silves e os Beni Harun de Faro como famílias de poetas, poesia que atingiria o seu auge com a corte de Al-Mu’tamid Ibn ‘Abbad. 
A identidade Luso-Arabe ficaria também marcada pelo misticismo religioso de Ahmed Ibn Qaci e das suas ligações ao misticismo cristão de Afonso Henriques. 
Sobre Ibn Qaci afirmou Adalberto Alves. 
“O pacto simbólico que então faz com D. Afonso Henriques sela o ideal sinárquico que une a cavalaria templária à cavalaria islâmica muridínica, afinal uma convergente cavalaria espiritual. É esse arco voltaico de natureza iniciática que liberta a sinergia donde Portugal virá a brotar”.»

Retirado de: 

Stop fighting, let it flow

Soothsayer - Perhaps you remember.

Po - Now, what?
        Thats a stuped nightmare!

Soothsayer  - Nightmare or memory? 
                     [...]
                     Stop fighting, let it flow!
                     Your story may not have such a happy beginning.
                     But that doesn’t make you who you are.
                     It is the rest of the story, who you choose to be.
                     So? Who are you?"

(Panda Kun-Fu II)

Ser professor...

Ser professor é professar a fé e a certeza de que tudo terá valido a pena se o aluno se sentir bem pelo que aprendeu.

Ser professor é consumir horas pensando em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia, é única e original.

Ser professor é encontrar no corredor cada aluno, olhar para ele sorrindo e se possível chamá-lo pelo nome para que ele se sinta especial.


Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e, diante da turma, transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender.


Ser professor é envolver-se nos mínimos detalhes, vislumbrando quem está mais alegre ou mais triste, quem cortou os cabelos, quem passou a usar óculos, quem está preocupado ou tranquilo demais, dando-lhe a atenção necessária.

Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado.

Ser professor é equilibrar-se entre três turnos de trabalho e tentar manter o humor e a competência para que o último turno não fique prejudicado.

Ser professor é acompanhar as lutas do seu tempo pelo salário mais digno, por melhores condições de trabalho, por melhores ambientes fisicos, sem misturar e confundir essas lutas com o respeito e com a missão de ensinar.Perder a excelência e o orgulho, jamais!

Ser professor é saber estar disponível para os colegas e ter um espírito de cooperação e de equipe na troca enriquecedora de saberes e sentimentos, sem perder a própria identidade.

Ser professor é contribuir para o desenvolvimento do aluno em todas as suas dimensões, contribuindo spara um mundo mais inteligente e melhor.

Ser professor é ser um escolhido que vai fazer 'levedar a massa' para que esta cresça e se avolume em direção a um mundo mais fraterno e mais justo.

Ser professor é uma profissão que merece mais respeito por parte da sociedade!

A genialidade perdida do povo português ou a falta de confiança

Há uns anos atrás, quando era adolescente, lembro-me da campanha subtil de desvalorização dos produtos e símbolos portugueses. O que é português não presta! Eram os produtos, era a música (fado), .... os próprios políticos tinham vergonha de falar em português ou achavam moderno falar em inglês lá fora...
Sempre achei estranho este comportamento comparando com o dos espanhóis, que até o nome dos grupos de música estrangeiros traduzem para a sua língua... Sempre me irritou irmos a Espanha e tentarmos falar espanhol... Não será isso falta de confiança e de acreditar?
Pergunto-me se é preciso estarmos em crise para que Portugal comece a dar valor às experiências pioneiras que por cá ocorrem? Na realidade em muitos segmentos somos dos mais inovadores.
É preciso estarmos todos aflitos para que se dê valor ao que é feito em Portugal?
É necessário virem directrizes para este povo perceber que a salvação reside no que está cá dentro: nos produtos, na produção e consumo interno, nas pessoas, na criatividade e no amor ao que é nosso.

Nuno Garção

Amy Winehouse morreu aos 27 anos...


"They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go

I'd rather be at home with Ray
I ain't got seventy days
'Cause there's nothing
There's nothing you can teach me
That I can't learn from Mr. Hathaway

I didn't get a lot in class
But I know it don't come in a shot glass

They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go

The man said "why do you think you're here?"
I said "I got no idea.
I'm gonna, I'm gonna lose my baby,
So I always keep a bottle near."
He said "I just think you're depressed,
Kiss me here, baby, and go rest."

They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know

I don't ever want to drink again
I just, ooh, I just need a friend
I'm not going to spend ten weeks
And have everyone think I'm on the mend

It's not just my pride
It's just 'til these tears have dried

They tried to make me go to rehab
But I said 'no, no, no'
Yes, I've been black, but when I come back
You'll know-know-know
I ain't got the time
And if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab
But I won't go-go-go"

Amy Winehouse


Mais uma lenda que morre aos 27 anos, perdida na sua criatividade e num mundo de fama e abusos. Recorde-se Jimi Hendrix (1970), Janis Joplin (1970), Jim Morrison (1971), Kurt Cobain (1994) e agora Amy Winehouse (2011) que morreram todos aos 27 anos (club 27).