Poema do menino Jesus...

(Fernando Pessoa por Maria Bethânia)

Prenda de Natal

A família e os amigos são a melhor prenda de Natal.

Nuno Garção

Histórias de criança


"E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos?
Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”

José Saramago

Sentido da vida

"As sociedades modernas tornaram-se uma fábrica de pessoas ansiosas. O normal é ser stressado, irritadiço, estar fatigado... O anormal é abraçar as árvores, falar com as flores, fazer da vida um espectáculo.

Se estiver stressado, você é normal!?"

Augusto Cury

A avaliação do desempenho...

O dono de um talho foi surpreendido pela entrada de um cão dentro da loja.
Ele enxotou-o mas o cão voltou logo de seguida.
Novamente ele tentou espantá-lo mas reparou que o cão trazia um bilhete na boca.
Ele pegou o bilhete e leu:
"Pode mandar-me 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor?"
O cão trazia também dinheiro na boca, uma nota de 50 euros.
Ele pegou no dinheiro, pôs as salsichas e a perna de carneiro num saco e colocou-o na boca do cão.
O talhante ficou realmente impressionado. Como já estava na hora, decidiu fechar a loja e seguir o cão.
Este começou a descer a rua e quando chegou ao cruzamento depositou o saco no chão, pulou e carregou no botão para o sinal ficar verde.
Atravessou a rua e caminhou até uma paragem de autocarro, sempre com o talhante a segui-lo.
Esperou pacientemente com o saco na boca que o sinal fechasse e pudesse atravessar.
Na paragem, o cão olhou para o painel dos horários e sentou-se no banco, esperando o autocarro.
Quando um autocarro chegou, o cão foi até à frente para conferir o número e voltou para o seu lugar.
Outro autocarro chegou e ele tornou a olhar, viu que aquele era o número certo e entrou.
O talhante, boquiaberto, seguiu o cão. Mais adiante o cão levantou-se, ficou em pé nas duas patas traseiras e carregou no botão para mandar parar o autocarro, tudo isso com as compras ainda na boca.
O talhante e o cão foram caminhando pela rua quando o cão parou à porta de uma casa e pôs as compras no passeio.
Então virou-se um pouco, correu e atirou-se contra a porta. Tornou a fazer o mesmo mas ninguém respondeu.
Então contornou a casa, pulou um muro baixo, foi até à janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes.
Caminhou de volta para a porta e, de repente, um tipo enorme abriu a porta e começou a espancar o bicho.
O talhante correu até ao homem e  impediu-o dizendo:
"Deus do céu homem, o que é que você está a fazer? O seu cão é um génio!"
O homem respondeu:
"Um génio??? Esta já é a segunda vez, esta semana, que este cão estúpido se esquece da chave!".

Moral da história: Podes continuar a exceder as expectativas, mas... a tua avaliação depende sempre da competência de quem avalia. 

(Autor desconhecido)

A vida foge, mesmo que penses que está para durar


"É p'ra amanhã

Bem podias fazer hoje
Porque amanhã sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar.

Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que não faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual.

É p'ra amanhã
Bem podias viver hoje
Porque amanhã quem sabe se vais cá estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que está p'ra durar.

Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Então tu queres mas é tarde demais.

É p'ra amanhã
Deixa lá não facas hoje
Porque amanhã tudo se há-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar.

Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece não consegues gostar
E do que gostas já está preenchido."


António Variações

Infância

“Uma infância amorosa e ordenada
é o chão pelo qual caminharemos até à velhice...
...e a nossa aventura existencial terá mais ou menos chances
à medida que esse chão for confiável.”


Lya Luft

Dedicado ao Henrique

Os olhos

“Os olhos
têm de ser
educados
para que
nossa alegria
aumente.”


Rubem Alves

A janela

Na vida, quando se fecha uma porta, normalmente abre-se sempre uma janela.
Por vezes, essa janela é bem maior que a porta.

Nuno Garção

Hoje olhei-me


Olhei-me!
Vi-me mais velho,
Mais experiente e maduro,
Mas ainda não suficientemente sereno.

Olhei-me!
Vi-me mais sincero e honesto,
Mais dedicado aos meus amigos,
Mas ainda não suficientemente cheio de amor.

Olhei-me!
Vi-me empenhado,
Mais envolvido no meu trabalho,
Mas ainda não suficientemente satisfeito.

Olhei-me!
Vi-me num ambiente diferente,
Mais desafiante e estimulante,
Mas ainda não suficientemente reconhecido.

Olhei-me!
Vi o meu interior,
Mais objectivo e claro,
Mas ainda não suficientemente concretizado.

Olhei-me!
Vi uma pessoa da qual me orgulho,

Mas ainda não suficientemente preenchida.

Nuno Garção

O buraco

As autoridades do Chile conseguiram finalmente em poucos meses retirar os 33 chilenos de um buraco. Os políticos portugueses têm conseguido nos últimos anos enfiar 10 milhões num...

Nuno Garção

Novela de pouca qualidade


Aproveito este cartoon para dizer o que me vai na alma relativamente à novela de pouca qualidade que os meios de comunicação nos têm oferecido:
- Como é possível que a classe política continue a "brincar aos políticos" pondo em causa o futuro do nosso país? 
- Como é possível que estes senhores, responsáveis por toda esta alhada onde estamos metidos, continuem a "olhar para os atacadores" e para o partido, em vez de servirem o país?
No mínimo uma vergonha, assistirmos a tudo isto quando existe um crescente aumento da pobreza e a aniquilação da equidade e da solidariedade social.

Nuno Garção
(Manuel, obrigado pela imagem que tirei do teu blog. Muito sugestiva em relação ao que está a acontecer actualmente.) 

Necessidade básica

"A necessita básica do coração humano durante uma grande crise é uma boa chávena de café quente."

Alexander King

Pegadas na areia

«Uma noite tive um sonho.
Estava a passear na praia com o meu Senhor.
Pelo céu escuro passavam cenas da minha vida.
Por cada cena, percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia,
um que me pertencia
e outro ao meu Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou perante mim
olhei para trás para as pegadas na areia.
Havia apenas um par de pegadas.
Apercebi-me de que eram os momentos mais difíceis
e tristes da minha vida.
Isso sempre me incomodou
e interroguei o Senhor
sobre o meu dilema.

"Senhor, quando decidi segui-Te, disseste-me
que caminharias ao meu lado
e falarias comigo durante todo o caminho.
Mas apercebo-me de que,
durante os momentos mais atormentados da minha vida,
há apenas um par de pegadas.
Não percebo por que razão, quando mais precisei de Ti,
Tu me deixaste."

Ele segredou:"Meu precioso filho,
Eu amo-te e nunca te deixarei,
nas horas de provação e de sofrimento. Nunca.
Quando viste na areia apenas um par de pegadas
foi porque Eu te carreguei ao colo."»


Margaret Fishback Powers

(Leitura sugerida pela minha querida mulher)

Fardo de preconceitos



"Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da modernidade precisamos de nos descalçar. Eu contei “sete sapatos sujos” que necessitamos de deixar na soleira da porta dos novos tempos. Haverá muitos mais, mas eu tinha que escolher e sete é um número mágico:
1. A ideia de que os culpados são sempre os outros.
2. A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.
3. O preconceito de que quem critica é um inimigo.
4. A ideia de que mudar as palavras muda a realidade.
5. A vergonha de ser pobre e o culto das aparências.
6. A passividade perante a injustiça .
7. A ideia de que, para sermos modernos, temos que imitar os outros."

Mia Couto

Crise da crise de valores

Crise é pedir a alguém para pagar uma crise quando esse alguém já não pode. Mais grave é quando existe um certo número de pessoas que ganham com a crise de valores e se vão enchendo, passando incólume a todos os problemas sociais que as crises sucessivas estão a gerar, que são e serão o podre da nossa sociedade democrática.
Como é possível esconder o monstro atirando areia para a vista da população com o conto do vigário em relação à culpa da função pública? É verdade que muito dinheiro é esbanjado nas instituições públicas. É verdade que alguma chefia ganha exageradamente. É verdade que se atribuem reformas escandalosas a alguns. É verdade que existem institutos públicos que ninguém sabe ao certo para que serve. É verdade que existem contratos com empresas e serviços de pôr os olhos em bico... Isso e muito mais tem que acabar! Mas o problema não são os meros funcionários públicos (a grande maioria dos lesados). Esses só executam as ordens que lhes dão. Não são eles que lesam o estado em milhões, que fazem contratos onde o interesse público é duvidoso, que fazem ou aprovem leis...  
Como é possível que a classe média e média baixa se deixe aniquilar e a sociedade se passe a agrupar apenas em duas classes distintas: os muito pobres e os muito ricos? Que sociedade democrática e igualitária é esta? Preocupações sociais, onde? Pelo menos tenham vergonha e falem verdade! Há culpados, mas infelizmente não são os que estão a ser atingidos.
Grande parte dos que estão a ser atingidos fazem o seu serviço e pagam com muito sacrifício as suas contas com o pouco que ganham.

Nuno Garção

Flores de uma flor


Felicidade

"Felicidade! É inútil buscá-la em qualquer outro lugar que não seja no calor das relações humanas... Só um bom amigo pode levar-nos pela mão e nos libertar."

Saint-Exupéry 
(Terra dos Homens - 1939)

Viagem ao Canadá

Um mês de pura folia e muitos, muitos quilómetros.
Montréal, Magog, Fitch field (Bleu Lavanda), Stanstead, Laval, St-Agathe, Mont-Gabriel, Mont Tremblant, Brockville, Rockport (Mil Ilhas), Toronto, Hamilton, Niagara FallsCobourg (Dairy Queen), Ottawa, ...

Os obstáculos são oportunidades

"Em tempos antigos, um rei mandou colocar um enorme pedregulho num caminho. Depois escondeu-se e ficou a ver se alguém retirava a enorme pedra. Alguns dos comerciantes mais ricos do Rei passaram e simplesmente se afastaram da pedra, contornando-a. Alguns culpavam em alta voz o Rei por não manter os caminhos limpos. Mas nenhum fez nada para afastar a pedra do caminho.
Apareceu então um camponês, carregando um molho de vegetais. Ao aproximar-se do pedregulho, o camponês colocou o seu fardo no solo e tentou deslocar a pedra para a berma do caminho. Depois de muito empurrar, finalmente conseguiu. O camponês voltou a colocar os vegetais às costas e só depois reparou num porta-moedas no sitio onde antes estivera a enorme pedra.
O porta-moedas continha muitas moedas de ouro e uma nota a explicar que o ouro era para aquele que retirasse a pedra do caminho. O camponês aprendeu aquilo que muitos de nós nunca compreendem!

Cada obstáculo apresenta uma oportunidade para melhorar a nossa situação."

(autor desconhecido)

Construir el espacio soñado de la utopía


“Vivimos tan corto espacio de tiempo sobre este planeta que cada uno de nue
stros pasos debe estar encaminado a construir más y más el espacio soñado de la utopía. 
Construyámoslo conjuntamente, es la única manera de hacerlo posible”

César Manrique

110º Aniversário de Antoine de Saint-Exupéry

(Principezinho)
“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a tornou tão importante".
"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.

(Outras citações)

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

"A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser retirado."

"O verdadeiro homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo."


Saint-Exupéry

Rendilhado de madeira

Família

Não é muito comum escrever sobre a minha família, mas hoje desafiei-me a fazê-lo. Se não o fiz antes de forma objectiva e propositada não foi por achar que não é um assunto importante, mas sim por ser difícil encontrar palavras que exteriorizem o que sinto por eles.
Agora, fisicamente mais distante, sinto o poder, a influência e os ensinamentos dos meus pais. Não sinto que esteja longe, porque falo todos os dias com eles e estão sempre presentes naquilo que digo e que faço, mas sinto saudade... Estão sempre presentes porque posso dizer orgulhosamente que aquilo que sou é resultado da sua educação. A descoberta diária do meu Eu é como a descoberta de uma floresta plantada por eles há alguns anos e que procuro cuidar para que continue a crescer, longe das ervas daninhas, que teimam sempre em aparecer.
Pai, obrigado pela atitude que sempre mostrou e que me fez ser um lutador, honesto, humilde, exigente  e respeitado.
Mãe, obrigado pela forma como demonstrou sempre a sua felicidade na procura da felicidade dos outros e que me fez ser um romântico, um ser carinhoso, dedicado ao outro e tolerante.
Ambos têm sido para mim o pilar principal da minha vida e hoje sinto que só sou feliz porque partilharam comigo e com a Vera tudo de bom e de mau que é a vida - uma aprendizagem única. Mostraram-nos aos dois a importância, a força, a confiança do que é ser uma Família, numa sociedade onde os valores interiores parecem diluir-se numa ganância desmedida do eu, eu, eu...
Desde há algum tempo que sei o significado de partilharmos entre nós todos as decisões, os caminhos, os desgostos e as felicidades, porque somos uma Família e é nessa bolha que encontramos a força para continuar com sentido a nossa vida.
Num sítio diferente, socializando com pessoas que não me conheciam, descubro-me diariamente e sinto cada frase, cada atitude, cada ensinamento, cada olhar vosso a ganhar sentido e a proporcionar-me as razões para continuar a ser a pessoa que sinto que sou, seguindo os valores que me transmitiram.
Obrigado. Tenho muito orgulho em vós.
Um beijo grande para a minha mana.

Nuno Garção

Para quê trazer um prémio quando podemos trazer três

No final do mês passado acompanhei o Adriano e o António até Cabanas de Tavira a fim de fazermos o gosto ao dedo e ao olho. Para além do dia bem passado junto destes dois amigos, tive a oportunidade de conhecer uma localidade muito bonita, envolvida pela Ria Formosa e marcada pela arte da pesca. Mas a razão da nossa deslocação prendia-se com o concurso de fotografia "Sentir Cabanas" e durante várias horas lá fomos congelando momentos e sítios sempre que premíamos o botão da nossa máquina... mais uma fachada, mais um barco, mais uma gaivota, mais uma perspectiva, mais uma pessoa... Depois de uma visita a um bom restaurante e de termos trocado entre nós algumas impressões sobre as fotos que cada um deveria pôr a concurso regressámos a casa.
Ontem voltámos à localidade na esperança que um de nós, entre muitos concorrentes, arrecadasse um dos prémios. Na realidade eu estava confiante que um dos dois meus amigos iria ganhar um dos prémios, mas para quê trazer apenas um prémio quando podemos trazer os três primeiros lugares?... 
Depois de visionarmos todas as fotos, depois de termos tido consciência que havia muitos bons trabalhos e depois de termos perdido alguma esperança em ganharmos alguma coisa, algo de surpreendente acontece quando começam a chamar os vencedores: 3º lugar - António Guerreiro, 2º lugar - Nuno Garção e 1º lugar - Adriano Costa. 
Simplesmente não queríamos acreditar. Fomos lá e trouxemos os prémios todos. 
Resta dizer que o júri teve muito bom gosto e difícil foi trazer todos os prémios no carro.
Adriano e António, mais importante que os prémios é saber que tenho dois amigos que partilham comigo um mesmo gosto - a fotografia.
E já agora: PARABÉNS.
Até à próxima batida.

Nuno Garção