Heróis são os cidadãos

"Eu não acredito em heróis [políticos] neste momento. Os meus heróis são os cidadãos anónimos que estão a trabalhar todos os dias.
Temos gente muito bem formada e espero que venha gente nova para a política. [...] Temos que ir pelo caminho de rejuvenescer os partidos [que estão fechados]. 

[...] Não podemos ter líderes políticos que não entendam o estado de espírito dos portugueses."

Jorge Sampaio
Programa "Portugal e o Futuro", da RTP 1
Entrevista conduzida por Fátima Campos Ferreira (25 de Abril de 2011)

The Story of Mouseland (um pouco de história política - 1945)

"It's the story of a place called Mouseland. Mouseland was a place where all the little mice lived and played, were born and died. And they lived much the same as you and I do.
They even had a Parliament. And every four years they had an election. Used to walk to the polls and cast their ballots. Some of them even got a ride to the polls. And got a ride for the next four years afterwards too. Just like you and me. And every time on election day all the little mice used to go to the ballot box and they used to elect a government. A government made up of big, fat, black cats.
Now if you think it strange that mice should elect a government made up of cats, you just look at the history of Canada for last 90 years and maybe you'll see that they weren't any stupider than we are.
Now I'm not saying anything against the cats. They were nice fellows. They conducted their government with dignity. They passed good laws--that is, laws that were good for cats. But the laws that were good for cats weren't very good for mice. One of the laws said that mouseholes had to be big enough so a cat could get his paw in. Another law said that mice could only travel at certain speeds--so that a cat could get his breakfast without too much effort.
All the laws were good laws. For cats. But, oh, they were hard on the mice. And life was getting harder and harder. And when the mice couldn't put up with it any more, they decided something had to be done about it. So they went en masse to the polls. They voted the black cats out. They put in the white cats.
Now the white cats had put up a terrific campaign. They said: "All that Mouseland needs is more vision." They said:"The trouble with Mouseland is those round mouseholes we got. If you put us in we'll establish square mouseholes." And they did. And the square mouseholes were twice as big as the round mouseholes, and now the cat could get both his paws in. And life was tougher than ever. And when they couldn't take that anymore, they voted the white cats out and put the black ones in again. Then they went back to the white cats. Then to the black cats. They even tried half black cats and half white cats. And they called that coalition. They even got one government made up of cats with spots on them: they were cats that tried to make a noise like a mouse but ate like a cat.
You see, my friends, the trouble wasn't with the colour of the cat. The trouble was that they were cats. And because they were cats, they naturally looked after cats instead of mice.
Presently there came along one little mouse who had an idea. My friends, watch out for the little fellow with an idea. And he said to the other mice, "Look fellows, why do we keep on electing a government made up of cats? Why don't we elect a government made up of mice?" "Oh," they said, "he's a Bolshevik. Lock him up!"
So they put him in jail.
But I want to remind you: that you can lock up a mouse or a man but you can't lock up an idea."

A fábula da Mouseland (em português: "Ratolândia") foi inicialmente contada por Clarence Gillis e mais tarde popularizada por Tommy Douglas, líder dos partidos políticos Co-operative Commonwealth Federation (CCF) e de seu sucessor New Democratic Party (NDP), ambos social-democratas, na província canadense de Saskatchewan. A fábula expressava a visão do CCF de que o sistema político canadense era falho em oferecer aos eleitores um falso dilema: a escolha de dois partidos, dos quais nenhum representava seus interesses e vontades. (in Wikipédia)

A fábula termina com a moral de que é possível prender o rato, mas é impossível calar a sua ideia. E a ideia, na minha opinião, não está associada a um partido, mas à necessidade de mudar o paradigma do clientelismo político 
e dos partidos que não servem os interesses de um povo e acreditar nas ideias das pessoas que querem servir a nação e todos a que a compõem e não servirem-se a si.

  In:
 http://www.youtube.com/watch?v=UtTW72F8xo0&feature=player_embedded

Noite silenciosa

FMI? O que vem fazer?

Devido à desastrosa desgovernação que os sucessivos governos nos têm sujeitado, estamos perante a acção de controladores externos, como o FMI. O FMI e o FEEF vêm apenas garantir que o dinheiro que os bancos privados e outras instituições investiram e vão investir esteja garantido, de preferência assegurando ao mesmo tempo um maior poder e controlo sobre as nações. Sim, porque desengane-se o comum que pensa que a sua intervenção vai abrandar a gula dos mercados (as taxas continuam a subir) e equilibrar as contas públicas (continuam descontroladas)...
Poder-se-ia falar do que deveria ter sido feito para evitar tudo isto, mas penso que a opinião pública sabe bem... Basta ouvir as conversas de cafés. 
E não me venham dizer, como já ouvi um prestigiado comentador televisivo, que a culpa é de todos nós, inclusive do cidadão comum. Culpa? Minha não é certamente, que trabalhei honestamente, nunca fiquei em dívida com as minhas obrigações, nunca roubei ninguém, muito menos o estado, e nunca usei conhecimentos ou influências para meu benefício. Portanto, não nos enfiem todos no mesmo saco. 
Há culpados! Bastantes e vergonhosamente à vista de todos sem que ninguém faça nada (onde anda a justiça e por quem é "controlada"?). Saltam de poleiro em poleiro alternando cargos púbicos e privados com gestão danosa e assegurando este ciclo vicioso e lamentável, que todos nós assistimos impávidos.
Mas a minha grande reflexão actualmente é sobre o que o FMI, infelizmente inevitável neste momento (será mesmo?), vem ou deveria vir fazer a Portugal?
Se for para sacrificar novamente aqueles que nos últimos tempos andam a ser sacrificados e para beneficiar os outros que se enchem diariamente, nesse caso, então deveriam ser expulsos, pois não são mais que os criados desses que não sabem realmente o é a equidade social e assegurar a sobrevivência de um povo que acredito ser competente e trabalhador (se não é talvez a culpa passe por quem está a dar ordens e a gerir e não sabe motivar).
Se por outro lado vierem pôr fim às vergonhosas parcerias público-privados, às fundações públicas e aos ordenados e pensões milionárias (eu diria todas as acima das nossas possibilidades porque a crise tem de ser paga por todos), à falta de competência dos políticos e gestores dos bens públicos, aos arranjos entre a política e as instituições privadas, salvaguardando o serviço público de qualidade (educação, justiça e saúde), fico satisfeito por acreditar que ainda há alguém com coragem para mostrar o rumo a um país e de fazer o que vergonhosamente os nossos políticos nunca fizeram. E nunca fizeram por estiveram e estão mais preocupados com o clientelismo e o poleiro, do que com o que deveria ser a sua missão - servir o povo e os interesses de Portugal.   

Nuno Garção

Por que silenciam a ISLÂNDIA?

"(Portugal está neste estado lamentável por causa da corrupção interna – pública e privada com incidência no sector bancário – e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle – a chanceler do Euro – que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)...


Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas “macaquices” bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no poder até levar o país à miséria.
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal “ajuda” ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para “tapar” o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.
Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não “estragar” os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.

O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo."
 Por Francisco Gouveia

A nudez hoje em dia

" [...] Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje,
em ver uma mulher se despir de verdade... 
emocionalmente.
Nudez pode ter um significado diferente
e muito mais intenso.
É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias,
suas dores,
sua história.
É erótico ver uma mulher que sorri,
que chora,
que vacila,
que fica linda sendo sincera,
que fica uma delícia sendo divertida, 
que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.

Uma mulher que diz o que pensa,
o que sente e o que pretende,
sem meias-verdades,
sem esconder seus pequenos defeitos [...]"

Martha Medeiros

Planet Earth - Sigur Ros

O planeta Terra é demasiado belo para o ser humano se esquecer.








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http://www.youtube.com/watch?v=3voeYWCAE2s&feature=related