Em 2010, ...Sê!

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"Se não puderes ser um pinheiro no topo da colina
sê um arbusto no vale – mas sê o melhor arbusto
na margem de um regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
e dá alegria a um caminho.
Se não puderes ser almíscar, sê então apenas uma tília
mas a tília mais viva do lago.
Não podemos ser todos capitães,
temos de ser tripulação.
Há alguma coisa para todos nós aqui. [...]
Se não puderes ser uma estrada,
sê apenas uma senda.
Se não puderes ser sol, sê uma estrela.
Sê simples, límpido.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso
mas sê melhor do que o que quer que sejas!
 
Pablo Neruda
(Foto: Mintegui)

Os amigos


Este ano fiz novos amigos e não foram só novos, foram bons amigos: simpáticos, honestos e verdadeiros.


Esses amigos tornam-se especialmente importantes quando estamos num ambiente novo e conseguimos criar ligações fortes em pouco tempo, numa sociedade onde o forte se deixa constantemente sobrepor pelo superficial.
Mas ainda há pessoas profundas, carinhosas, divertidas e lindas. Às vezes não são preciso palavras, basta os olhares, as atitudes e os comportamentos para o sabermos.

Há um ano decidi vir para o Algarve neste nova aventura pessoal: hoje posso dizer que não me arrependo e vocês todos contribuíram para isso.
E é por isso que estou a escrever esta mensagem. Para vos desejar um Natal muito especial selado por um beijo quente (para os rapazes um abraço; nada de confusões Alexandre).
Que o ano de 2010 nos reserve experiências loucas e belas e que façam parte das nossas recordações, como o momento final do jantar de Natal.

Nuno Garção

Alegria

Alegria
Como
um raio de vida
Alegria
Como um louco a gritar
Alegria
De um delituoso grito
De uma triste pena, serena
Como uma fúria de amar
Alegria
Como uma explosão de júbilo

Alegria
Eu vi uma faísca da vida brilhando
Alegria
Eu ouço um jovem menestrel cantando
Alegria
O grito bonito
Um rugir de sofrimento e de felicidade
Tão extremo...
Um amor furioso dentro de mim,
Alegria
Um feliz e mágico sentimento.

Alegria
Como um raio de vida
Alegria
Como um palhaço a gritar
Alegria
De um delituoso grito
De uma triste pena, serena
Como uma fúria de amar
Alegria
Como um assalto de felicidade

De um delituoso grito
De uma triste pena, serena
Como uma fúria de amar
Alegria
Como um assalto de felicidade.

Alegria
Como a luz da vida
Alegria
Como um palhaço que grita
Alegria
De um estupendo grito
De uma tristeza louca, serena
Como uma raiva de amar
Alegria
Como um assalto de felicidade

De um estupendo grito
De uma tristeza louca, será
Como uma raiva de amar
Alegria
Como um assalto de felicidade

Tão extremo
Um amor furioso em mim
Alegria
Um feliz e mágico sentimentos

Cirque du soleil

As crianças


As crianças são o que existe de mais valioso:
Apresentam-se como um símbolo de vida.
Representam a esperança de um mundo melhor.
Sorriem como ninguém.
Demonstram uma sinceridade única e invejável.
Consomem de forma saudável a atenção e o tempo dos adultos.
Enchem a vida e o coração de quem as rodeiam.
Manifestam uma curiosidade desmedida.
E acreditam que tudo é possível.

Henrique... que saibas ser sempre uma criança.
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Nuno Garção

Mudanças


"O tempo está em festa e pela primeira vez não o vê. Vai ter de inventar outro tempo um novo corpo, uma casa em papel sobre o rio, um novo paradigma para ser e procurar as cores dos pássaros que querem há muito mudar de vida."

tina

Medos


Os medos são reais.
Os medos são formas que nos rodeiam e que nos dizem que estamos vivos.
Os medos sussurram-nos constantemente ao ouvido que seria mais fácil desistir.
Os medos picam-nos a alma a ponto de ela gritar com dor.
Os medos envolvem-nos numa espécie de coberta fofa mas pegajosa.
Os medos mostram-nos que além pode haver algo melhor, mas que não conhecemos.
Os medos são cobardes comparando com a nossa coragem.
Os medos dizem-nos no fundo que não há que ter medo.
Pois não há nenhum grande acontecimento que não seja feito com medo.

Nuno Garção
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tina, resposta aos "teus" medos
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http://opassarodalua.blogspot.com/

Words are Windows (or They're Walls)


"I feel so sentenced by your words,
I feel so judged and sent away,
Before I go I've got to know
Is that what you mean to say?
Before I rise to my defense,
Before I speak in hurt and fear,
Before I build that wall of words,
Tell me, did I really hear?
Words are windows, or they're walls,
They sentence us, or set us free.
When I speak and when I hear,
Let the love light shine through me.
There are things I need to say,
Things that mean so much to me,
If my words don't make me clear,
Will you help me to be free?
If I seemed to put you down,
If you felt I didn't care,
Try to listen through my words
To the feelings that we share."

Ruth Bebermeyer

Um simples gesto de amor

Como seria o mundo se todos estivéssemos em paz uns com os outros?
Se não houvesse guerras, invejas, discussões, mal entendidos...
Quanta energia se pouparia?
Talvez a aproveitássemos para amar,
Para dar ao do lado um pouco de atenção, de carinho, de felicidade.
Quando alguém ousar conseguir atingir esse feito
Será o princípio de uma nova era.
Como gostaria de atingir essa perfeição…
Sorrir com carinho a alguém que me agride, que me atinge o coração
E provocar um sentimento de impotência e de reconversão nessa atitude.
Provocar nessa alma, no interior dessa pessoa, o mesmo desejo de harmonia e paz.
Como eu gostaria de ter essa capacidade…
Essa ousadia…
Sinto e acredito que esse comportamento tem esse efeito.
Tem que ter!
Não temos é essa capacidade.
Ainda!
Então não te deixes contagiar pelo contrário.
Acredita!
Continua a falar em amor,
A dar amor,
A acreditar no amor.
Pode ser que te contagies e contagies os outros.
O íntimo de cada um pede amor!?
Amor do companheiro, dos filhos que quer ter, da família…
E porque não do colega de trabalho, do vizinho, do chefe?
Amor é chave para a harmonia e para a felicidade.
Amor talvez seja das palavras mais conhecidas e pronunciadas em todo o mundo,
Mas menos assumidas, menos vividas, menos ambicionadas.
Amor…
Como poderemos ter amor,
Se sabemos que há pessoas que passam fome,
Ou que há pessoas que morrem de doença porque não têm meios,
Ou que desaparecem porque simplesmente não têm amor…
Como poderemos dizer que temos e damos amor,
Quando fechamos os olhos para não ver o que se passa à nossa volta?
Isso sim…
Olhar e dar porque alguém necessita.
Isso sim é amor na sua plenitude:
Cada um de nós poder ajudar o semelhante com um gesto de amor.
E às vezes basta um sorriso, uma palavra, um olhar,
Para alguém seguir em frente.
É esse sentimento que nos mostrará o amor,
Quem verdadeiramente ama,
Quem dá sem pensar em receber algo…
Se cada um de nós soubesse o poder que temos,
O poder de podermos com um simples gesto de amor,
Alterar para sempre o destino de alguém,
Dar ao outro aquilo que ele precisa.
Todos nós receberíamos
E todos nós nos sentiríamos bem com outros e com nós mesmos.
Mas para que isso aconteça,
Temos que ter a capacidade de saber o que outro realmente precisa.
Amor, certamente!
Mas como eu posso dar esse amor?
Como é que tu podes dar esse amor?
Como é que eu posso ajudar o outro com um simples gesto, mas significativo.
Sem me ser pedido?
Seria lindo que cada pessoa encontrasse isso onde menos espera
- Um simples gesto de amor -
E onde não procura.
Sim, claro! O amor revela-se e não se procura.
Sabes?
Acho que o amor,
O verdadeiro amor,
É aquele que ao fecharmos os olhos nos bate nas costas
E sem o vermos sabemos que é esse o verdadeiro amor,
Aquele que nos enche,
Que está lá,
Porque o sentimos.
E não nos precisamos virar,
Porque ele é belo independentemente da sua aparência.
Ele é genuíno porque é caridade pelo seu conteúdo,
Pelo seu significado para cada um.
Quando no mundo houver confiança no sentimento,
Neste amor,
Nesta caridade,
Nesta capacidade de dádiva,
Será
o mundo da paz e da felicidade para todos.
Aquele que te encherá a mim e certamente a ti.


Nuno Garção

O importante não é "comer" mas voar!


"Fernão Capelo Gaivota não era um pássaro vulgar. Sem se atrapalhar, abriu de novo as asas naquela difícil curva, abrandou e desequelibrou-se outra vez.
A maior parte das gaivotas não se querem incomodar a aprender mais que os rudimentos do voo, como ir da costa à comida e voltar.
Para maior parte das gaivotas, o que importa não é saber voar, mas comer. Para esta gaivota, no entanto, o importante não era comer, mas voar.
Mais que tudo, Fernão Capelo Gaivota adorava voar.
[...]
Tu és um pássaro num milhão. A maior parte de nós percorremos um longo caminho. Fomos de um mundo para o outro que era quase igual ao primeiro, sem nos preocuparmos com o destino, vivendo o momento. Fazes alguma ideia de quantas vidas teremos de viver antes de comprendermos que há coisas mais importantes do que comer, lutar ou disputar o poder no Bando? Mil vidas, Fernão, dez mil vidas! E, depois, mais cem vidas até começarmos a aprender que a perfeição existe, e outras cem para constatar que o nosso objectivo na vida é conseguir a perfeição e pô-la em prática. [...] E isso não é voar a mil e quinhentos quilómetros por hora, nem a um milhão, nem à valocidade da luz. É que nenhum número é um limite e a perfeição não tem limites.
[...]
- Todo o vosso corpo, desde a ponta de uma asa até à ponta de outra asa não é mais do que o vosso próprio pensamento, numa forma que podem ver. Quebrem as correntes do pensamento e conseguirão quebrar as correntes do corpo... [...] Somos livres de ir para onde desejarmos e de ser o que somos. [...] Tu tens a liberdade de ser tu próprio, o teu verdadeiro eu, Aqui e Agora; nada se pode interpor no teu caminho. Essa é a Lei da Grande Gaivota, a Lei que É.
- Queres dizer que posso voar?
- Quero dizer que és livre. [...]
O truque consiste em tentar ultrapassar as nossas limitações, com calma e paciência. Voar através das rochas já faz parte de uma fase mais avançada."

Richard Bach
(Fernão Capelo Gaivota)

O pássaro da alma

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"No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.

Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousada numa pata
Está um pássaro.
E o nome do pássaro é pássaro da alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:

[...]


Q
uando alguém se zanga connosco,
O pássaro da alma recolhe-se dentro de si
Tristonho e silencioso.
E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma
Que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
Começa a crescer a crescer,
Até encher quase todo o espaço dentro de nós,
Tão bom é para ele o abraço.

[...]

E
como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
O pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da inveja e a gaveta da esperança.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desepero.
A gaveta da paciência e a gaveta do desassossego.
E mais a gaveta do ódio, a gaveta da cólera e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça e a gaveta do vazio.
E a gaveta dos segredos mais escondidos,

[...]

Agora já compreendemos que cada homem é diferente do seu semelhante
Por causa do pássaro da alma que tem dentro de si.
O pássaro que em certas manhãs abre a gaveta de alegria,
E a alegria jorra dela para dentro do corpo
E o dono dele fica feliz.

[...]

E o m
ais importante - é escutar logo o pássaro. [...]
Ele quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas
Dentro de nós.

Há quem o ouça muitas vezes,
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida.

Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo."

Michal Snunit (O pássaro da alma)
Um abraço grande para a João

Se não tiver amor não sou nada...

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"Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados.
Vou mostrar-vos um caminho de perfeição
que ultrapassa tudo:
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor,
sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu possua a plenitude da fé,
a ponto de transportar montanhas,
se não tiver amor, nada sou.
Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.
O amor é paciente, o amor é benigno;
não é invejoso, não é altivo nem orgulhoso;
não é inconveniente, não procura o próprio interesse;
não se irrita, não guarda ressentimento;
não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade;
tudo desculpa, tudo crê,
tudo
espera, tudo suporta.
O amor não acaba nunca."

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São Paulo aos Coríntios
(13. 1 Cor 12, 31 --13, 8a)

Sei voar

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"- Voa! - miou Zorbas estendendo uma pata e tocando-lhe ao de leve.
Ditosa desapareceu da sua vista, e o humano e o gato temeram o pior. Caíra como uma pedra. Com a respiração em suspenso assomaram as cabeças por cima do varandim, e viram-na então batendo as asas, sobrevoando o parque de estacionamento, e depois seguiram-lhe o voo até às alturas, até mais para além do cata-vento de ouro que coroava a singular beleza de São Miguel.
Ditosa voava solitária na noite de Hamburgo. Afastava-se batendo as asas energicamente até se elevar sobre as gruas do porto, sobre os mastros dos barcos, e depois regressava planando, rodando uma e outra vez em torno do campanário da igreja.
- Estou a voar! Zorbas! Sei voar! - grasnava ela, eufórica, lá da vastidão do céu cinzento.
O humano acariciou o lombo do gato.
- Bem, gato, conseguimos - disse ele suspirando.
- Sim, à beira do vazio compreendeu o mais importante - miou Zorbas.
- Ah, sim? E o que é que ela compreendeu? - perguntou o humano.
- Que só voa quem se atreve a fazê-lo - miou Zorbas.
- Suponho que agora te estorva a minha companhia. Eu espero-te lá em baixo - despediu-se o humano.
Zorbas permaneceu ali a contemplá-la até que não soube se foram as gotas de chuva ou as lágrimas que lhe embaciaram os olhos amarelos de gato grande, preto e gordo, de gato bom, de gato nobre, de gato de porto."
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Luis Sepúlveda
(História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar)

Poetas

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Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
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Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
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Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
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E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!
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Florbela Espanca

Aprender a partilhar

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"Aprender a partilhar significa superar a subtil tentação do individualismo pessoal.”.
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Sou livre...


"Sou livre. Fecho os olhos e penso com toda a minha força na minha nova condição, ainda que não esteja bem certo do que significa. Tudo o que sei é que estou completamente sozinho [não completamente]. Desterrado numa terra desconhecida, como um explorador solitário sem bússola nem mapa. Será isto a liberdade? Não sei, confesso, e às tantas desisto de pensar nisso" (p.62)
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Haruki Murakami (Kafka à beira-mar)

O Fabuloso Destino de Amélie - grande filme

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O Fabuloso Destino de Amélie, realizado por Jean-Pierre Jeunet, banda sonora de Yann Tirsen (a música que acompanha este clip é de Sigur Rós)
Amélie, uma jovem que procura encher a vida das pessoas que a rodeiam com um pouco de alegria, sem receber nada em troca. Num dia envolve-se numa misteriosa história de amor...

Forever Young

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Hoje, de regresso a casa, no rádio do meu carro passou uma música que me fez voltar aos meus tempos de juventude - 1992/1993. Uma música que retratou perfeitamente aquilo que estava a sentir no momento em que a ouvi pela primeira vez numa discoteca em Benidorm e que, passado todos estes anos, recordo com um sorriso nos lábios.
A vida também é feita de recordações; sabe bem ouvir novamente esta música pensando no que a letra transmite e sabendo que mesmo tendo envelhecido continuo "forever young".

Let's dance in style, lets dance for a while
Heaven can wait we're only watching the skies
Hoping for the best but expecting the worst
Are you going to drop the bomb or not?
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Let us die young or let us live forever
We don't have the power but we never say never
Sitting in a sandpit, life is a short trip
The music's for the sad men

Can you imagine when this race is won
Turn our golden faces into the sun
Praising our leaders we're getting in tune
The music's played by the mad men

Forever young, I want to be forever young
do you really want to live forever, forever and ever
Forever young, I want to be forever young
do you really want to live forever? Forever young

Some are like water, some are like the heat
Some are a melody and some are the beat
Sooner or later they all will be gone
why don't they stay young

It's so hard to get old without a cause
I don't want to perish like a fading horse
Youth's like diamonds in the sun
and diamonds are forever

So many adventures couldn't happen today
So many songs we forgot to play
So many dreams swinging out of the blue
We let them come true

Forever young, I want to be forever young
do you really want to live forever, forever and ever
Forever young, I want to be forever young
do you really want to live forever, forever and ever

Forever young, I want to be forever young
do you really want to live forever?

(Alphaville - Forever Young)

Ditadura da televisão

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"Nós estamos com um grande problema. Porque vocês ... estão a ver-me neste momento. Porque menos de 3% lê livros. Porque menos de 15% de vocês lê jornais. A única verdade que conhecem é aquela que vem desta caixa. Agora existe toda uma geração que nunca soube nada, que nunca saiu da caixa. Esta caixa é a verdade absoluta, a última revelação. Esta caixa pode construir ou destruir presidentes, papas, primeiros-ministros. Esta caixa é a força mais maravilhosa, poderosa e maldita deste mundo e, ai de nós, se algum dia cair nas mãos erradas. E quando a maior empresa do mundo controlar a maior e a mais perfeita máquina de propaganda jamais criada, sabe lá o que será tomado como verdade? Prestem atenção... Vocês prestem atenção: a televisão não é a verdade. Televisão é uma porra de um parque de diversões. Televisão é um circo, carnaval, uma parada de acrobacias, contadores de histórias, cómicos, cantores, malabaristas, domadores de leões e jogadores de futebol. É o negócio da matança do aborrecimento. Mas vocês todos que estão aí sentados, noite após noite, todas as idades, cores e credos... Nós somos tudo aquilo que vocês sabem. Vocês começam a acreditar nas ilusões que pomos aqui, começam a acreditar que este caixote é a realidade e as vossas vidas não são reais. Vocês fazem tudo o que a caixa vos disser para fazer. Vocês vestem-se como a caixa, e comem como a caixa, criam as crianças como vêem na caixa e até pensam como os seres da caixa. Isto é a alienação em massa seus dementes. Vocês é que são reais, pensem... Nós somos a ilusão!" (Ano de 1976)
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Amor e Humanidade


"Quando o poder do amor superar o amor do poder, o Mundo conhecerá PAZ."
Sri Chinmoy

Revisitando "O Papalagui" - A nossa sociedade!

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.Descrição da nossa sociedade por um chefe de tribo de tiavéa nos mares do sul

"O Papalagui mora, como mexilhão no mar, dentro duma concha dura. Vive em pedras, como a escolopendra entre as fendas da lava. Tem pedras a toda a volta, de lado e por cima. [...] Muitas vezes mal sabem o nome das [pessoas] que lhes estão ao lado e quando se encontram, ao entrar para o abrigo, cumprimentam-se de má vontade ou zunem, quais insectos hostis, como se estivessem zangados de se verem constrangidas a viveram perto uma da outra. [...] É pois nestes baús que o Papalagui passa a vida. Encontra-se, consoante a hora, ora num, ora noutro baú. É aí que crescem os seus filhos, entre pedras. [...] Quanto a nós, filhos livres do sol e da luz, desejamos continuar fiéis ao Grande Espírito e não sobrecarregar com pedras o coração."

"Muitos há que pelo dinheiro sacrificam o riso, a honra, a consciência, a felicidade e até mesmo mulher e filhos. Quase todos eles sacrificam a saúde ao metal redondo e ao papel forte, isto é, ao dinheiro. [...] O dinheiro é de facto o Deus do Papalagui, se a gente considerar Deus aquilo que mais se adora. [...] Por tudo tens que pagar. Por outro lado há irmãos teus que te estendem a mão e te desprezam ou se enfurecem se nada deixares. Nem o teu mais humilde sorriso, nem o teu mais cordial olhar chegam para lhes comover o coração. [...] Descobri uma única coisa pela qual se não pede ainda dinheiro na Europa, coisa que cada um pode fazer as vezes que quiser: respirar o ar. Julgo que terá ficado esquecido, mas não me admirava nada que, se as minhas palavras fossem ouvidas na Europa, não exigissem logo, por via disso, algum metal redondo e algum papel forte. Porque os Europeus estão sempre à cata de novos motivos para pedir dinheiro. [...] A importância de um homem não é determinada nem pela sua bravura, nem pela sua coragem, nem pelo fulgor do seu espírito, mas sim pela quantidade de dinheiro que possui ou que é capaz de ganhar por dia. [...] A gente logo vê que o dinheiro o pôs doente e lhe ocupa agora todos os pensamentos. [...] Há pois, na Europa, uma metade que trabalha muito e se suja, e outra metade que trabalha muito pouco ou nada. A primeira não tem tempo de sentar-se ao sol, ao passo que a outra o tem de sobra. Diz o Papalagui que os homens não podem ter todos o mesmo dinheiro, nem sentar-se todos juntos ao sol. É graças a esta doutrina fomentada pelo dinheiro que ele se permite ser cruel. Tem o coração duro e o sangue frio; mostra-se até velhaco, falso, raramente honesto e sempre perigosos quando corre atrás do dinheiro. Segundo o modo de pensar do Papalagui, somos uns pobres mendigos. E no entanto! quando vejo os vossos olhos e os comparo com os dos ricos aliis, os deles parecem-me embaciados, mortiços e cansados, ao passo que os vossos irradiam, como a grande luz, alegria, força, vida e saúde. [...] Prezemos os nossos hábitos, que não permitem que um possua imenso e o outro nada, ou que um possua muito mais que o outro! E assim não nos tornaremos, em nosso coração, iguais ao Papalagui, que é capaz de se sentir feliz e contente mesmo quando, ao lado, o seu irmão está triste e infeliz."

"Mas acima de tudo gosta de uma coisa que não se pode agarrar e que no entanto existe: o tempo. Leva-o muito a sério e conta toda a espécie de tolices acerca dele. Embora não possa haver mais tempo do que medeia do nascer ao pôr-do-sol, isso para o Papalagui nunca é o bastante. [...] Como nunca fui capaz de entender isto, julgo que se trata de uma doença grave. «O tempo escapa-se-me por entre os dedos!». «O tempo corre mais veloz do que um cavalo!», «Dá-me um pouco mais de tempo» - tais são os queixumes do homem branco. [...] Pretendem alguns Papalaguis que nunca têm tempo. Correm desvairados de um lado para o outro como se estivessem possuídos pelo aitu e causam terror e desgraça onde quer que cheguem, só porque perderam o seu tempo. Esse estado de frenesim e demência é uma coisa terrível, uma doença que nenhum homem de medicina pode curar, doença que atinge muitos homens e que os leva à desgraça. [...] Reparei, muitas vezes, que eles no meu lugar, se sentiam envergonhados quando, ao perguntarem-me a idade que tinha, eu não era capaz de responder a tal pergunta, que só me dava vontade de rir! «Mas não podes deixar de saber a tua idade!» Eu calava-me, pensando para comigo: mais vale não saber. [...] É por isso que eles passam a vida a correr à velocidade de uma pedra lançada ao ar. A maior parte olha para o chão, quando caminha, e balança muito os braços para ir mais depressa. Quando os detêm, gritam indignados: «Que ideia a tua, de me vires perturbar! Não tenho tempo! E tu, trata de empregar bem o teu!». Tudo se passa como se o que anda depressa tivesse mais valor e bravura do que o que vai devagar. [...] A meu ver, é precisamente por o Papalagui tentar reter o tempo com as mãos, que ele lhe escapa por entre os dedos, como uma serpente por mão molhada. O Papalagui nunca deixa que ele venha ao seu encontro. Corre sempre atrás dele de braços estendidos. [...] O Papalagui não se apercebeu ainda do que o tempo é, não o compreendeu. É por isso que o maltrata, com os seus modos rudes. [...] Devemos curar o Papalagui da sua loucura e desvario, para que ele volte a ter noção do verdadeiro tempo que tem perdido."

"O Papalagui tem uma maneira de pensar particularmente confusa. Está sempre a ver como é que isto ou aquilo lhe poderá ser útil ou dar-lhe certos direitos. Não se preocupa em pensar nos homens em geral, mas apenas num, o qual acaba por ser sempre ele próprio. [...] O Papalagui é obrigado a ter estas leis e estes guardas para os seus inúmeros «meus», a fim de que aqueles que têm poucos ou nenhuns «meus» se não apoderarem deles. De facto, quando uns se apropriam de muitos, os outros ficam sem nenhuns. Porque nem toda a gente conhece as manhas e os sinais secretos precisos para se apropriar de muitos «meus». Para o fazer, há que ser dotado de um certo carácter, o qual nem sempre corresponde à ideia de honra que nós temos. [...] O Papalagui, se reflectisse bem, saberia que aquilo que não estamos aptos a guardar nos não pertence, e que, no fundo, nada há que possamos conservar. Perceberia então que se Deus nos deu o seu vasto reino, foi para que todos nele tivéssemos lugar e aí vivêssemos felizes. E se esse reino era suficientemente grande para poder proporcionar a todos um pequeno lugar ao sol e uma pequena alegria. [...] E no entanto, quantos homens não andam em busca do pequeno lugar que Deus lhe reservou! [...] Mas o Papalagui ignora que Deus nos deu as palmeiras, as bananas, o delicioso taro, as aves da floresta e os peixes do mar para nós todos gozarmos deles e sermos felizes; todos, e não apenas alguns, enquanto os demais se vêem forçados a viver na indigência e na miséria. Se Deus põe assim tantos bens nas mãos do homem, é para que este os partilhe com o seu irmão, quando não, o fruto apodrece-lhe nas mãos. Porque Deus estende as suas inúmeras mãos a todos os homens; não é desejo seu que um tenha muito mais do que o outro, ou que alguém diga: «Eu tenho um lugar ao sol, mas o teu lugar, esse, é à sombra!» Todos temos um lugar ao sol."

"Todos os Papalaguis têm uma profissão. É difícil explicar-vos o que isso é. É qualquer coisa que uma pessoa devia ter vontade de fazer, mas que raramente tem. Ter uma profissão significa fazer sempre a mesma coisa, fazer uma coisa tantas vezes que se acaba por fazê-la em esforço e de olhos fechados! [...] Há, entre os Papalaguis, tantas profissões quantas pedras há na lagoa. O Palalagui faz de cada acto uma profissão. [...] Assim se explica o facto de a maior parte dos Papalaguis apenas saber fazer o que constitui a sua profissão. [...] Este saber-fazer-apenas-uma-coisa é uma grande fraqueza e apresenta grandes perigos; pois qualquer pessoa pode, um dia, ver-se obrigada a atravessar a lagoa de canoa. [...] A profissão é, também ela, um aitu que dá cabo da vida e promete belas coisas ao homem, ao mesmo tempo que lhe suga o sangue. [...] «Se apenas temos o direito de fazer uma só coisa e não podemos participar em todos os trabalhos para os quais é necessária a força do homem, não sentiremos nem metade do prazer, se é que chegamos a sentir algum!» [...] É disso, precisamente, que provém a moléstia mais grave de todas quantas o Papalagui sofre. É agradável ir buscar água à ribeira uma ou várias vezes ao dia; mas quem tiver que ir buscá-la todos os dias e a todas as horas, desde o nascer ao por do sol, até as forças o abandonarem, quem vai e torna a ir, sem descanso, à ribeira, acaba por atirar, de raiva, o cântaro para bem longe, afim de libertar o corpo de tais cadeias. De fato, nada há de mais penoso para o homem do que fazer sempre a mesma coisa. [...] Um ser humano saudável sente-se realmente feliz quando todas as partes do seu corpo vivem em harmonia com seus sentidos, e não quando apenas uma parte de seu corpo vive, e todas as outras estão mortas. Isso perturba, desespera e faz uma pessoa adoecer."

"O amor, ou seja, o proceder como deve ser - tem que correr-nos no corpo como sangue e fazer parte de nós como as mãos e a cabeça. «Cristão», «Deus», «Amor» são palavras onde a sua língua tropeça, com grande estentor. Porém, o seu coração e o seu amor não se prosternam diante de Deus, mas tão somente diante de coisas, diante do metal redondo e do papel forte, diante dos seus voluptuosos pensamentos e diante da máquina; não é de luz que os seu coração está cheio, mas de uma grande avidez de tempo e de uma grande loucura pela profissão. Irá dez vezes ao lugar onde se simula a vida, antes de ir uma só, junto de Deus, que longe, muito longe dele se encontra."

Erich Scheurmann
(Vale a pena reler o livro todo)

O BTT... O desporto do esforço em harmonia com a Natureza

Harmonia com a Natureza numa pedalada contínua e ritmada. O desafio de mais uma subida, de mais um obstáculo e a capacidade de sofrer por prazer e pela luta de nos superarmos a nós mesmos,
... a descoberta de sítios deslumbrantes escondidos por entre serras e vales misteriosos. o descarregar de energias e do stress como quem despeja tudo aquilo que é lixo e está a mais.
E o convívio com grandes amigos cujas histórias e desafio nos unem e ficam...
Amanhã de manhã vou fazer mais uns quilómetros!
Como é bom!

Obrigado Augusto R., Andrade, Nuno G., Pedro F., Vítor L., Luís C., João B., BTT Bikers de Castelo de Vide... http://www.bttbikers.com/

Frases chinesas... Bastante adequadas!

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O homem de bem exige tudo de si próprio; o homem medíocre espera tudo dos outros.
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Ao examinarmos os erros de um homem, conhecemos o seu carácter.
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Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo;
quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo.
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O que eu ouço, esqueço. O que eu vejo, lembro. O que eu faço, aprendo.
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Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas.
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A música gera um tipo de prazer sem o qual a natureza humana não pode passar.
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A libertação do desejo conduz à paz interior.

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Confúcio

Grandes realizações
são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos.
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Interferências delicadas, quando claras, vencem rígidas
resistências.
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A alma não tem segredo que o comportamento não revele.
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Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.
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O sábio não se exibe e vejam como é notado. Renuncia a si mesmo e
jamais será esquecido.
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O homem realmente culto não se envergonha de fazer perguntas também aos menos instruídos.
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Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias.
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Reaja inteligentemente mesmo a um tratamento não inteligente.

Lao
-Tsé

Um momento!

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A destruição da sociedade... concretiza-se quando fechamos os olhos!


Como é possível haver milhões para uns e fome para outros?
Onde está o altruísmo humano?
Como será o futuro das nossas crianças?
O que faz cada um de nós para alterar esta sociedade podre? Fechamos os olhos?




A destruição da sociedade... concretiza-se quando fechamos os olhos!

É preciso reflectir!

É preciso inverter o rumo das coisas.
É preciso encontrar e valorizar as pessoas dignas de respeito.
É preciso acreditarmos em nós, mas segundo outros valores: os da verdade, da solidariedade e do bem comum.

Nuno Garção

Our Home - Planet Earth

Este vídeo faz-nos pensar na beleza e riqueza do planeta que habitamos. Uma reflexão tão simples que todos nos esquecemos de fazer. Mas não basta reflectirmos; temos que agir!
Como podemos nós destruir aquilo que é harmonioso, rico e belo? Como pode o ser humano tornar este planeta num local onde tanta gente sofre...? Não terá esta "nave" os mantimentos mais que suficientes para todos fazerem uma viagem digna? Se o ser humano continuar com a atitude egoista que o tem caracterizado o que poderá acontecer a todas estas paisagens? A toda esta abundância? E ao próprio ser humano?
É urgente reflectir! É urgente preservar! É urgente partilhar! É urgente repensar a nossa existência enquanto Humanidade!
Nuno Garção

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A esperança do amanhã
É a alegria de viver hoje
Sem esquecer o que de bom aconteceu ontem.


Nuno Garção

Força de viver

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Mais um dia de mar
Lá vai o barco a navegar
Lá vai, lá vai
Ao sabor do vento.

Mais um dia de vida
Lá vai o homem a sonhar
Lá vai, lá vai
Percorrendo o seu caminho.

Mais um dia de liberdade
Lá vai a gaivota a bordejar
Lá vai, lá vai
Sempre a voar.

Mais um dia de infortúnio
Lá fica o barco engalhado
Lá vai, lá vai
O plano da viagem.

Mais um dia de esperança
Lá vai o homem,
Lá vai, lá vai
Em busca das suas forças.

Mais um dia de valentia
Lá vai, de novo no barco
Lá vai, lá vai
Novamente ao mar.

Mais um dia de nuitos dias
Lá vai a gaivota,
Lá vai, lá vai
A acompanhar.

Mais um renascer
Lá vai a tristeza
Lá vai, lá vai
E fica a força de viver.

Nuno Garção

No ano de 2009 quero:

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- Aceitar novos desafios;
- Refrescar as ideias e esquecer os problemas;
- Reconhecer o diferente e o desconhecido como veículos para aprender;
- Aceitar o presente como dádiva do passado e experiência para o futuro;
- Ouvir os outros para saber fazer-me ouvir;
- Lembrar-me sempre dos velhos amigos e aceitar os novos;
- Conviver mais e nunca deixar de rir;
- Voltar a praticar desporto;
- Cuidar da aparência e continuar a ser humilde;
- Continuar apaixonado pelas mesmas coisas que sempre me encantaram;
- Amar mais, sem esperar nada em troca;
- Comprar o essencial e dar o que já não uso;
- Conhecer novos sítios ou visitar os velhos como se fosse a primeira vez;
- Continuar a ajudar aquele que mais precisa, nem que seja apenas com um sorriso;
- Deixar de acreditar nos políticos e nas opiniões dos manipuladores de informação;
- Proteger-me das pessoas negativas, invejosas e traiçoeiras;
- Acreditar que o mundo pode ser melhor para todos e não só para alguns;
- Acreditar que ainda há pessoas honestas e sérias;
E NUNCA, NUNCA, DEIXAR DE SONHAR.

Nuno Garção

Gostei... Paisagens do norte!

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Guimarães, Santiago de Compostela e Braga... Gostei.
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Nuno Garção