O tempo tem uma forma maravilhosa de nos mostrar o que realmente importa. E o que importa realmente é aproveitar cada momento da nossa vida como se fosse o último. Todos os momentos da nossa vida são importantes! Todos! Por isso devemos pôr em todos os momentos o melhor de nós próprios, seja profissional ou pessoalmente. Muitas vezes levamos o tempo a pensar no passado, sem sentir o presente e sem deixar acontecer o futuro!
«Os amigos cada vez mais se vêem menos. Parece que era só quando éramos novos, trabalhávamos e bebíamos juntos que nos víamos as vezes que queríamos, sempre diariamente. E, no maior luxo de todos, há muito perdido: porque não tínhamos mais nada para fazer. Nesta semana, tenho almoçado com amigos meus grandes, que, pela primeira vez nas nossas vidas, não vejo há muitos anos. Cada um começa a falar comigo como se não tivéssemos passado um único dia sem nos vermos. Nada falha. Tudo dispara como se nos estivera - e está - na massa do sangue: a excitação de contar coisas e a alegria de partilhar ninharias; as risotas por piadas de há muito repetidas; as promessas de esperanças que estão há que décadas por realizar. Há grandes amigos que tenho a sorte de ter que insistem na importância da Presença com letra grande. Até agora nunca concordei, achando que a saudade faz pouco do tempo e que o coração é mais sensível à lembrança do que à repetição. Enganei-me. O melhor que os amigos e as amigas têm a fazer é verem-se cada vez que podem. É verdade que, mesmo tendo passado dez anos, é como se nos tivéssemos visto ontem. Mas, mesmo assim, sente-se o prazer inencontrável de reencontrar quem se pensava nunca mais encontrar. O tempo não passa pela amizade. Mas a amizade passa pelo tempo. É preciso segurá-la enquanto ela há. Somos amigos para sempre mas entre o dia de ficarmos amigos e o dia de morrermos vai uma distância tão grande como a vida».
É urgente mudar estas forças que estão a destruir a sociedade para benefício de alguns que pertencem ao poder económico e prejuízo de muitos que somos todos nós.
35 anos... quase nos 36 anos... E uma vontade enorme de viver...
Nunca pensei nesta idade fazer uma reflexão tão profunda de todas as vivências que o destino me tem posto à frente. E lembrar-me de tantas pessoas importantes que conheci e me marcaram. Nunca pensei nesta idade fazer uma reflexão tão profunda sobre aquilo que fui e sou... E entender que há coisas em nós que nos torna realmente genuínos. Nunca pensei nesta idade fazer uma reflexão tão profunda do passado e do presente sem me preocupar com o futuro. E sentir que é tão proveitoso olhar para o nosso interior e fazer uma viagem.
Nunca pensei que chegar a esta idade me daria a capacidade de perceber que tenho outra vida pela frente...
(Relembrando uma publicação de 2008 neste blog ... Como é bonita esta reflexão!)
"Quando era pequeno, adorava o circo e aquilo de que mais gostava eram os animais. Cativa-me especialmente o elefante… dava mostras de ter um peso, tamanho e forca descomunais… Mas depois da sua actuação … o elefante ficava sempre atado a uma pequena estaca cravada no solo, com uma corrente a agrilhoar-lhe uma das patas. No entanto a estaca não passava de um minúsculo pedaço de madeira enterrado uns centímetros no solo. E, embora a corrente fosse grossa e pesada, parecia-me óbvio que um animal capaz de arrancar uma árvore pela raiz, com toda a sua forca, facilmente se conseguiria libertar da estaca e fugir. O mistério continua a parecer-me evidente. O que é que o prende, então? Porque é que não foge? … Se é amestrado, porque é que o acorrentam? … O elefante do circo não foge porque esteve atado a uma estaca desde que era muito, muito pequeno. Fechei os olhos e imaginei o indefeso elefante recém-nascido preso a estaca. Tenho certeza de que naquela altura o elefantezinho puxou, esperneou e suou para se tentar libertar. E, apesar dos seus esforços, não conseguiu, porque aquela estaca era demasiado forte para ele. Imaginei-o a adormecer, cansado, e a tentar novamente no dia seguinte, e no outro, e no outro… Até que, um dia, um dia terrível para a sua história, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se com o seu destino. Esse elefante enorme e poderoso, que vemos no circo, não foge porque, coitado, pensa que não é capaz de o fazer. Tem gravado na memória a impotência que sentiu pouco depois de nascer. E o pior é que nunca mais tornou a questionar seriamente essa recordação. Jamais, jamais tentou por novamente a prova a sua força… Todos somos um pouco como o elefante do circo: seguimos pela vida fora atados a centenas de estacas que nos coarctam a liberdade. Vivemos a pensar que não somos capazes de fazer montes de coisas, simplesmente porque uma vez, há muito tempo, tentamos e não conseguimos.”
Jorge Bucay
Hoje estive contigo num dos cenários mais belos que tenho memória...
Acompanhado da música das ondas que batiam calmamente nos rochedos...
. Um bico fino Percorre o papel,
Desvairado e confiante.
Traça linhas azuis,
Como que criando a linha do horizonte,
Ao mesmo tempo que desenha os símbolos da linguagem do amor.
De repente pára e volta atrás.
Arrependido e perdido…
Tenta recompor uma parte dessa linha da vida,
Do horizonte,
Da escrita.
Risca, refaz e continua o traço contínuo,
Que descreve o encanto da linha da existência. E sempre risca com a intensidade De quem quer marcar o papel de forma única Pontual ou contínua.
Mais uma vez,
Volta atrás.
Risca e refaz.
E pensa que para próxima deverá traçar a linha
De forma audaz confiante e desvairada,
Mas evitar o desperdício da tinta que usa para riscar,
Alterar o rumo da vida, Do horizonte, Digo da linha,
Do traço,
Da linguagem, Da vida.
Mas enquanto desnorteado e apaixonado continua o rumo do horizonte
Volta a parar, a riscar, a emendar…
Até gastar a tinta da vida.
Nuno Garção
"If you can't handle me at my worst, then you sure as hell don't deserve me at my best."