Glósóli


Álbum: Takk... (obrigado...)
Tinha que deixar esta marca porque também me acompanha entre a caneta e o papel... A melhor banda de sempre.



Sem palavras... Uma viagem de sonho!

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Entre a caneta e o papel, não me sai nada para descrever estas paisagens mexicanas.
Talvez.... Quero mais!
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Nuno Garção

O verdadeiro Mestre


"Um verdadeiro Mestre não é o que tem mais alunos, mas o que cria mais Mestres.
Um verdadeiro líder não é o que tem mais seguidores, mas o que cria mais líderes.
Um verdadeiro professor não é o que possui o maior saber, mas o que faz com que a maioria dos outros o obtenha."
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Neale Donald Walsch
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Um velho ditado!

“Yesterday is history, tomorrow is a mystery, but today is a gift. That is why it is called the present.”

Filme Kung Fu Panda

Há dentro de nós um poço

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"Há dentro de nós um poço. No fundo dele é que estamos, porque está o que é mais nós, o que nos individualiza, a fonte do que nos enriquece no em que somos humanos. E a vida exterior, o assalto do que nos rodeia, o que visa é esse íntimo de nós para o ocupar, o preencher, o esvaziar do que nos pertence e nos faz ser homens. Jamais como hoje esse assalto foi tão violento, jamais como hoje fomos invadidos do que não é nós. É lá nesse fundo que se gera a espiritualidade, a gravidade do sermos, o encantamento da arte. E a nossa luta é terrível, para nos defendermos no último recesso da nossa intimidade. Porque tudo nos expulsa de lá Quando essa intimidade for preenchida pelo exterior, quando a materialidade se nos for depositando dentro, o homem definitivamente terá em nós morrido."

Vergílio Ferreira (Conta-Corrente IV)

Grande mensagem!

"The girl who silecend the world for 5 minutes"

A razão expressa-se com palavras simples e directas.
O que andam os políticos do mundo a fazer?
E como a jovem diz, quem representam?

Cat Power - The Greatest (My Blueberry Nights)

The Greatest!!!
Um bom filme e uma excelente música.

Oásis

Hoje está uma noite escura, fria, triste...
Envolve-me a música,
Perco-me no silêncio,
Aquecem-me as recordações...
Ao mesmo tempo a minha pele, o meu olfacto, o meu olhar,
Procura sinais de ti.
Encontro-te bem cá dentro,
No mais profundo de mim.
Uma lágrima sai do meu olho e beija a minha face
Com a mesma suavidade com que os teu lábios beijam a minha boca.
Um sopro de vento entra pela janela e toca a minha pele
Da mesma forma que as tuas mãos e o teu corpo me acariciam.
Ainda que triste pela tua ausência,
Pouco a pouco no meu rosto surge um sorriso
Ao lembrar-me da grandeza, da beleza e da sensação que o teu provoca em mim.
Tenho saudades.
Tenho saudades,
Da mesma forma que alguém sente sede
Depois de percorrer o deserto.
O deserto onde já andei perdido
Até encontrar o meu oásis.
O teu oásis.
O nosso oásis.

Nuno Garção

Solidão da civilização

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"Como se a alegria se apagasse na terra. Às vezes, por instantes, ainda bruxuleia, aqui e além. No fundo da alma humana, vive a recordação de um mundo feliz, solar, brincalhão, no qual o dever é, simultaneamente, divertimento, e o esforço é agradável e sensato. Talvez os gregos, sim, talvez eles tenham sido felizes... Matavam-se uns aos outros, e aos estrangeiros, entravam em guerras demoradas e sanguinolentas, e, contudo, possuíam uma espécie de jovial e arrasador sentido da comunidade, porque eram cultos, no sentido mais profundo, mais inculto do termo, incluindo os oleiros... Mas nós não vivemos numa verdadeira cultura, mas numa civilização de massas, mecânica e enigmática. Todos têm a sua parte e ninguém a verdadeira alegria. Todos podem tomar um banho quente, se quiserem, admirar uma pintura, ouvir música, falar entre continentes, as leis dos novos tempos tutelam os direitos e os interesses de probres e ricos... Mas vê que rostos! Onde quer que vás no mundo fora, em pequenas ou grandes comunidades, quanta gente de olhar transtornado, quantos homens nervosos e desconfiados, quanta suspeita e hostilidade na sua expressão! E toda esta tensão deriva da solidão. Podemos explicar a solidão, e qualquer explicação é válida, mas nenhuma sabe indicar, efectivamente a sua causa...Conheço mães com meia dúzia de filhos, em cujo rosto se surpreende a mesma expressão de solidão e desconfiança, e burgueses solteiros que nem a tirar as luvas conseguem esconder um ar artificioso, como se as suas vidas fossem uma sequência de gestos forçados. E quanto mais os políticos e profetas se preocupam em construir comunidades cada vez mais artificiais no seio da humanidade, quanto mais educarem as crianças nesse sentido forçado de comunidade, maior será a solidão das almas. Não acreditas? Eu conheço bem isso. E não me canso de falar no assunto.
Se a minha profissão fosse essa, falar às pessoas... sabes, se fosse padre, ou artista, escritor... implorar-lhes-ia que se convertessem à alegria. Incitá-los-ia a esquecer a solidão, a fazê-la desaparecer. Talvez não seja só uma utopia. Não é uma questão social. É outro tipo de educação, de um despertar de consciências. Que olhar vítreo, o do homem de hoje, como se vagasse num estado de hipnose. Vítreo e desconfiado... Só que não é a minha profissão."

Sándor Márai (A mulher certa)

Pessoa certa

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"Um belo dia, acordei, sentei-me na cama e sorri. Não sentia já dor. E, subitamente, percebi que não existe a pessoa certa. Nem na terra, nem no céu. Nem seja lá onde for, podes ter a certeza. Existem somente pessoas, e, em todas elas, um pedacinho da pessoa certa, mas em nenhuma se concentra tudo o que se aguarda e dela esperamos. Nenhuma pessoa reúne em si tudo isso, nem existe a certa, a única, a maravilhosa, essa figura singular que nos traz felicidade. Existem somente pessoas, e, em todas elas, há escórias e um raio de luz, tudo..."

S
andór Márai
(A mulher certa)

«Trova do vento que passa»

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"Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não."

Manuel Alegre

O que se passa com a minha terra


Brisa que corre pela serra
Vem, diz-me o que se passa com a minha terra!
Tudo pára, tudo morre…
Mas o sol continua a ser quente,
A água brilhante e fresca ainda corre.
Onde para a minha gente?

Velhos da minha aldeia
Venham, digam-me o que se passa com esta teia!
Tudo vai, tudo fica na mesma…
Mas o cheiro continua a ser puro,
O passar das horas lento como a lesma.
Porque não vemos prosperidade no futuro?

Cegonhas que não passam
Venham e tragam as crianças
Nada é novo, nada aparece…
Mas os campos são ainda uma imensidão
A natureza ainda é bela quando amanhece.
Para onde caminhamos sem ambição?

Gente da minha terra
Digam-me o que nos espera
Nada é certo, nada é para sempre
Mas o sonho ainda está cá dentro
A nossa raiz alentejana não mente.
Por que não procuramos alento?

Forças da minha região
O que fazem sentadas na escuridão
Nada é oferecido, nada é dado
A riqueza da região é realidade
Usemo-la para carregar este fardo.
Que precisamos para tornar a utopia numa verdade?

Nuno Garção