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Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
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Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
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Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
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E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!
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Florbela Espanca
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