Sentir...



Um dos maiores problemas com que se confronta cada um de nós é, parece-me, uma total falta de intensidade no sentir. Temos uma certa agitação emocional constante em relação ao que se deve ou não fazer, ao objetivo ou fim que se pretende atingir, ao material que se sonha ter ou possuir… Entusiasmamo-nos com coisas que, na realidade, não têm qualquer valor e importância.
Geralmente, temos mentes muito superficiais – mentes limitadas, estreitas, muito pouco analíticas, presas a uma rotina fútil – que vão funcionando sem problemas, a não ser que aconteça algo profundamente trágico e que muda consideravelmente tudo aquilo que temos como certo.
E assim desprezamos a verdadeira, humana e inata intensidade do sentir. O sentir de quem gostamos, o sentir a família como única e certa, o sentir a criança que nos olha com admiração e brilho da esperança, o sentir que a partilha e a honestidade liberta... Esta paixão a que me refiro não é coisa que se possa cultivar facilmente, tomando determinada droga, ficando hipnotizado... é um estado de ser, que vem naturalmente do interior e é ele que realmente enche a vida de amor e fraternidade.
Desejo a todos os meus grandes amigos um FELIZ NATAL e um BOM ANO DE 2013
Nuno Garção

(inspirado num texto que li e que desconheço o autor)

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