Dedicado a ti que não sei quem és...



De repente sinto algo:
Vontade de te ver,
Vontade de te ouvir e sentir...
De olhar os teus olhos!


Saudade?

Como é possível?
Estou nervoso. Pensativo.
Alegre... Triste!

Saudade...
Quero fugir...
Para onde? Para quê?
Porquê?


Saudade...
Vou sair pela noite e procurar a tua ténue imagem!
Far-me-á companhia,
No luar, na escuridão.


Saudade...
Dos teus cabelos compridos que nunca toquei
E que me fazem carícias na cara.
Não, é o vento!


Saudade...
Do calor dos teus olhos
Que me acompanham nestas trevas.
Não, é noite e é ausência da luz!

Saudade...
Do teu cheiro,
Que me envolve em doce...
Mas, não! São as flores que se fecham com o anoitecer.


Saudade...
De ouvir o toque do telefone
E a tua gargalhada do lado de lá
E imaginar o teu sorriso que não conheço.


Saudade...
De uma lágrima que me beija a face
Que está guardada dentro dos meus olhos
E que não cai
Porque seria em vão!


Saudade!
Porquê?

É isso, não tem porquê!
Existe e não se explica...
Tal como aquilo que nos une e não conhecemos...
Que nos faz tocar as nuvens sem nos vermos
Sem estarmos
Sem nos olharmos
Sem nos sentirmos
Sem nos amarmos...
Ainda...


(Nuno Garção, 2006 - adaptação 2012)
Dedicado a alguém que ainda não conheci, mas que espero um dia vir a conhecer...

1 comentário:

Unknown disse...

Gostei!
Espero sinceramente que um dia possas sentir esses cabelos compridos que nunca tocaste,escutar a gargalhada que te deixa saudade e que possas observar o sorriso que desconheces...
Este foi o que mais gostei e mereces que esse dia chegue.
O dia em que saibas a quem dedicá-lo.
Que esse sorriso te faça feliz!