FMI? O que vem fazer?

Devido à desastrosa desgovernação que os sucessivos governos nos têm sujeitado, estamos perante a acção de controladores externos, como o FMI. O FMI e o FEEF vêm apenas garantir que o dinheiro que os bancos privados e outras instituições investiram e vão investir esteja garantido, de preferência assegurando ao mesmo tempo um maior poder e controlo sobre as nações. Sim, porque desengane-se o comum que pensa que a sua intervenção vai abrandar a gula dos mercados (as taxas continuam a subir) e equilibrar as contas públicas (continuam descontroladas)...
Poder-se-ia falar do que deveria ter sido feito para evitar tudo isto, mas penso que a opinião pública sabe bem... Basta ouvir as conversas de cafés. 
E não me venham dizer, como já ouvi um prestigiado comentador televisivo, que a culpa é de todos nós, inclusive do cidadão comum. Culpa? Minha não é certamente, que trabalhei honestamente, nunca fiquei em dívida com as minhas obrigações, nunca roubei ninguém, muito menos o estado, e nunca usei conhecimentos ou influências para meu benefício. Portanto, não nos enfiem todos no mesmo saco. 
Há culpados! Bastantes e vergonhosamente à vista de todos sem que ninguém faça nada (onde anda a justiça e por quem é "controlada"?). Saltam de poleiro em poleiro alternando cargos púbicos e privados com gestão danosa e assegurando este ciclo vicioso e lamentável, que todos nós assistimos impávidos.
Mas a minha grande reflexão actualmente é sobre o que o FMI, infelizmente inevitável neste momento (será mesmo?), vem ou deveria vir fazer a Portugal?
Se for para sacrificar novamente aqueles que nos últimos tempos andam a ser sacrificados e para beneficiar os outros que se enchem diariamente, nesse caso, então deveriam ser expulsos, pois não são mais que os criados desses que não sabem realmente o é a equidade social e assegurar a sobrevivência de um povo que acredito ser competente e trabalhador (se não é talvez a culpa passe por quem está a dar ordens e a gerir e não sabe motivar).
Se por outro lado vierem pôr fim às vergonhosas parcerias público-privados, às fundações públicas e aos ordenados e pensões milionárias (eu diria todas as acima das nossas possibilidades porque a crise tem de ser paga por todos), à falta de competência dos políticos e gestores dos bens públicos, aos arranjos entre a política e as instituições privadas, salvaguardando o serviço público de qualidade (educação, justiça e saúde), fico satisfeito por acreditar que ainda há alguém com coragem para mostrar o rumo a um país e de fazer o que vergonhosamente os nossos políticos nunca fizeram. E nunca fizeram por estiveram e estão mais preocupados com o clientelismo e o poleiro, do que com o que deveria ser a sua missão - servir o povo e os interesses de Portugal.   

Nuno Garção

2 comentários:

Manuel Ramos disse...

À islandesa: quem fez merda que limpe agora o cu, e ponha o papel.
Ou isso ou a cadeia, porque muito do que foi feito, e continua sendo feito, é caso de polícia.

Dilar disse...

E à Filandesa que acham que não devemos continuar a alimentar os donos dos bancos mas quanto a responsáveis estes têm de ser punidos não haverá forma de um grupo de cidadãos conseguirem esse feito? Estamos assim tão atados que só podemos reflectir e mandar bitaques? Ando a sentir força de revolta no Povo, não haverá forma de mudar a história e a fama dos portugueses?